a população de Chã, o povo de Cabo Verde não sabem sobre o paradeiro dos donativos.
É preocupante a situação das famílias de Chã das Caldeiras, dez meses e dezanove dias, depois da última erupção vulcânica. O governo, as câmaras municipais da ilha do Fogo, algumas instituições públicas e ONGs receberam donativos (dinheiro, portas, madeiras, cimento, verguinhas, TV palmas, etc.) cujo objetivo, é resolver os problemas dos desalojados na sequência da última erupção vulcânica. Dez meses e dezanove dias se passaram, muito pouco, a população de Chã, o povo de Cabo Verde sabem sobre o paradeiro dos donativos. Os responsáveis, ao receberem, os primeiros donativos, prometeram, publicamente, o apoio aos empreendedores de Chã que havia perdido bens, prometeram, também, a construção, em tempo record, da Adega provisoria do Vinho (inclusive o governo lançou com pompa a primeira pedra), prometeram divulgar trimestralmente a quantia dos donativos, prometeram ser transparente, prometeram enfim tudo, na verdade, não passou de promessas. Aliás, este governo habituou-nos às promessas incumpridas. Pena é que muitos continuam a acreditar neste governo e no primeiro-ministro! Há ainda quem os defendem, mesmo sabendo das promessas falsas.
Com os parcos recursos, após a erupção, a população de Chã das Caldeiras construiu o acesso à Portela e Bangaeira. Muitos estão a construir, com recursos próprios, suas novas habitações. A empreendedora - Mariza de Pina, sem pensar nas promessas do Primeiro-Ministro, resolveu em tempo record, construir o maior empreendimento turístico de Chã das Caldeiras, no período pós erupção vulcânica, de 23 de Novembro de 2014. Há sim, forte engajamento da população de Chã das Caldeiras na reconstrução dessa localidade e no Auto realojamento. O governo, as câmaras locais e as ONGs que detêm os donativos destinados aos habitantes desalojados mostram-se indiferentes e menos preocupados. Esta atitude de desleixo por parte de quem deveria ter uma atitude proactiva é, no mínimo, grave e induz às pessoas do bem a desacreditarem nas instituições.
O governo de Cabo Verde com todos os donativos recebidos não conseguiu, até este momento, dar uma resposta cabal em termos de realojamento definitivo a essa população. Mas, meu Deus do céu, como as famílias de Chã conseguem fazer construções com parcos recursos e o governo com tanto dinheiro e material arrecadados não conseguiu construir uma moradia inda sequer!?
Os fóruns realizados não passaram de teatro para gastar os donativos e trazer amigos para ilha do Fogo sem que houvesse um resultado positivo para a população de Chã das Caldeiras.
O gabinete da reconstrução da ilha do Fogo não passa, também, de expressões bombásticas, do nosso primeiro-ministro que resultam sempre em NADA. Os seus membros estão espalhados, outros de férias a aproveitarem o bom da vida e o povo de Chã a sofrer e esperar pelo bel-prazer desses senhores. Ao aproximar as eleições aparecem como “milagrosos” com esses donativos alheios a chantagear, manipular e perseguir pessoas, em troca da manutenção de poder. Aqui, nesta ilha, tudo é medido pelo poder. Tudo é feito para manter-se no poder.
Para entender os reais problemas das pessoas de Chã das Caldeiras, ao longo deste período, urge a necessidade de se colocar na situação delas. Pessoas que viviam com muita independência, a trabalhar sistematicamente garantindo assim a sua auto-suficiencia, e de um momento para outro, perderam tudo que possuíam, e passaram ao desemprego, dependência prolongada e sobretudo humilhadas.
Ontem tive a oportunidade de ouvir de novo os clamores dessas pessoas é, deveras preocupante. Pena é que muitos perderam a sensibilidade humana em troca de interesses pessoais e partidários! É necessário, nesta ilha, a união de vozes para bradar pelo respeito para com as pessoas, bem como, perguntar aos responsáveis que detêm os donativos dos desalojados: onde estão esses donativos?
São Filipe, 12 de Outubro de 2015
Alberto Nunes
Com os parcos recursos, após a erupção, a população de Chã das Caldeiras construiu o acesso à Portela e Bangaeira. Muitos estão a construir, com recursos próprios, suas novas habitações. A empreendedora - Mariza de Pina, sem pensar nas promessas do Primeiro-Ministro, resolveu em tempo record, construir o maior empreendimento turístico de Chã das Caldeiras, no período pós erupção vulcânica, de 23 de Novembro de 2014. Há sim, forte engajamento da população de Chã das Caldeiras na reconstrução dessa localidade e no Auto realojamento. O governo, as câmaras locais e as ONGs que detêm os donativos destinados aos habitantes desalojados mostram-se indiferentes e menos preocupados. Esta atitude de desleixo por parte de quem deveria ter uma atitude proactiva é, no mínimo, grave e induz às pessoas do bem a desacreditarem nas instituições.
O governo de Cabo Verde com todos os donativos recebidos não conseguiu, até este momento, dar uma resposta cabal em termos de realojamento definitivo a essa população. Mas, meu Deus do céu, como as famílias de Chã conseguem fazer construções com parcos recursos e o governo com tanto dinheiro e material arrecadados não conseguiu construir uma moradia inda sequer!?
Os fóruns realizados não passaram de teatro para gastar os donativos e trazer amigos para ilha do Fogo sem que houvesse um resultado positivo para a população de Chã das Caldeiras.
O gabinete da reconstrução da ilha do Fogo não passa, também, de expressões bombásticas, do nosso primeiro-ministro que resultam sempre em NADA. Os seus membros estão espalhados, outros de férias a aproveitarem o bom da vida e o povo de Chã a sofrer e esperar pelo bel-prazer desses senhores. Ao aproximar as eleições aparecem como “milagrosos” com esses donativos alheios a chantagear, manipular e perseguir pessoas, em troca da manutenção de poder. Aqui, nesta ilha, tudo é medido pelo poder. Tudo é feito para manter-se no poder.
Para entender os reais problemas das pessoas de Chã das Caldeiras, ao longo deste período, urge a necessidade de se colocar na situação delas. Pessoas que viviam com muita independência, a trabalhar sistematicamente garantindo assim a sua auto-suficiencia, e de um momento para outro, perderam tudo que possuíam, e passaram ao desemprego, dependência prolongada e sobretudo humilhadas.
Ontem tive a oportunidade de ouvir de novo os clamores dessas pessoas é, deveras preocupante. Pena é que muitos perderam a sensibilidade humana em troca de interesses pessoais e partidários! É necessário, nesta ilha, a união de vozes para bradar pelo respeito para com as pessoas, bem como, perguntar aos responsáveis que detêm os donativos dos desalojados: onde estão esses donativos?
São Filipe, 12 de Outubro de 2015
Alberto Nunes
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