"aqui no Tarrafal não tem kasu di bodi, aqui quando deito na rua todas as pessoas que passam perto guardam o meu dinheiro, guardam a minha viola..."
Dante Alighieri disse que no meio do caminho havia uma pedra e no meio do caminho havia uma pedra. Mas me vem a pergunta. O quê que tem os dois italianos com o caminho. Este italiano concretamente, sim Manolo Gamba, um animal na arte de animar, teve um dia que ele Metamorfoseou a musica da Elida Almeida, cantora que ele ama e admira.
Não, ainda estamos no meio do caminho, aquele caminho que um dia tinha avistado com este Italiano deitado no meio da rua sonhando palavras que nem Giovanni Boccaccio tinha soletrado, talvez por ser a silabação em buglossa cabo-verdiana, sim, ouvem o titio aqui, porque o Gamba disse. - nsabi man´ta konsigui.
Demorei para acorda-lo, mas tinha que fazer o gajo italiano vir de novo à vida, fiquei muito preocupado com a insistência dele na arte de rabujar aquele mesmo termo. - nsabi man´ta konsigui. A Elida Almeida deve um roço protocolar a este gajo, sim o Gamba Manolo. Consegui acordar o Manolo, ressoando, com raiva e exalações de poeta louco e com a cara cuincada e trôpego e eu todo desabusado como sempre perguntei ao artista espontâneo.
-mas, você não sente medo quando deitas em qualquer canto desta cidade? Ele, sim, o gamba, ajeitou a sua luneta como se tivesse visto o Nicolau Maquiavel a rebolar o traseiros no túmulo e me disse.
-o poeta, aqui no Tarrafal não tem kasu di bodi, aqui quando deito na rua todas as pessoas que passam perto guardam o meu dinheiro, guardam a minha viola, e ainda quando acordo me dão água para lavar e as vezes me presenteiam com uma merenda de cana-cana para refluir. No Tarrafal é melhor lugar para se ser louco, e compartilhar a ressaca com os ventos estúpidos e esses mosquitos analfabetos e sem teto.
Ele me dispôs a pensar sisudamente sobre a frieza do Tarrafal em contraste com a afamada palavra, a MORABEZA crioula. Será que essa palavra não mora algures por aqui e não deparamos com ela, e só o gamba viu? Viva gamba que pula na guitarra.
Mario Loff
Não, ainda estamos no meio do caminho, aquele caminho que um dia tinha avistado com este Italiano deitado no meio da rua sonhando palavras que nem Giovanni Boccaccio tinha soletrado, talvez por ser a silabação em buglossa cabo-verdiana, sim, ouvem o titio aqui, porque o Gamba disse. - nsabi man´ta konsigui.
Demorei para acorda-lo, mas tinha que fazer o gajo italiano vir de novo à vida, fiquei muito preocupado com a insistência dele na arte de rabujar aquele mesmo termo. - nsabi man´ta konsigui. A Elida Almeida deve um roço protocolar a este gajo, sim o Gamba Manolo. Consegui acordar o Manolo, ressoando, com raiva e exalações de poeta louco e com a cara cuincada e trôpego e eu todo desabusado como sempre perguntei ao artista espontâneo.
-mas, você não sente medo quando deitas em qualquer canto desta cidade? Ele, sim, o gamba, ajeitou a sua luneta como se tivesse visto o Nicolau Maquiavel a rebolar o traseiros no túmulo e me disse.
-o poeta, aqui no Tarrafal não tem kasu di bodi, aqui quando deito na rua todas as pessoas que passam perto guardam o meu dinheiro, guardam a minha viola, e ainda quando acordo me dão água para lavar e as vezes me presenteiam com uma merenda de cana-cana para refluir. No Tarrafal é melhor lugar para se ser louco, e compartilhar a ressaca com os ventos estúpidos e esses mosquitos analfabetos e sem teto.
Ele me dispôs a pensar sisudamente sobre a frieza do Tarrafal em contraste com a afamada palavra, a MORABEZA crioula. Será que essa palavra não mora algures por aqui e não deparamos com ela, e só o gamba viu? Viva gamba que pula na guitarra.
Mario Loff
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