No dia 20 de Janeiro, eu era feliz e não cabia. Mas sabia.
Hoje. Oficialmente os pombos têm de respeitar a estátua do herói Cabral, não podem cagar na estátua, oficialmente o vento da Várzea não pode trazer tantas poeiras e lixo, oficialmente as vendedeiras já não estão ai a declamar o barulho e as teorias de agronomia, megalomania, diabo que os parta, lições de economia domestica, as boas mordomias dos gajos, e a promessa de felicidade sem ser plena.
Oficialmente, imortalizaram os heróis em betão, bronze, ferro e fogo, homenageando o sangue que se espalhou em nome de uma liberdade que encontra pendurado na constituição da república, e um Guiné à procura de um Bissau.
Oficialmente as estátuas têm uma única posição, de pé e olhar em frente, sem vergonha de sofrerem um resfriado, seja ela no vento, na chuva, no desmando do pessoal lá de casa, seja ela quando os pombos de correio, que em vez de entregarem a carta que o povo enviou dando conta do estado da nação, elas cagam no homem mudo, embora com livro preso na mão.
Assim como os herói que agora cagaram e cagam para, e no povo, a única mensagem do herói está no seu silencio, "os herói têm de ser inventados e reconhecidos todos os dias" mesmo sendo de carne e osso, mesmo sabendo que Ulisses é um Deus e herói grego.
Os heróis de hoje estão nas obras, estão na construção das escolas, estão nas associações comunitárias, estão no voluntariado, na sala de aula, na Direcção das escolas. Estão na musica, estão na arte, estão no alto mar salvando as vitimas da guerra, provocado por homens que chegaram ao poder como heróis, estão nas cadeias descumprindo as leis, estão no facebook lendo os comentários de quem eles não gostam, por ultimo, ele está em casa dando de comer a mamãe velha e ainda arranja tempo para dar grãos aos passarinhos.
No final do dia o herói recebe a sua pulseirinha de flores da marca coroa, e a alegria é tanta que a noite ele terá direito à noticia sobre os seus feitos e efeitos do passado e o que se fizeram no dia dele, e no seu nome, e no nome dos colegas defuntos, e ainda no dos predefuntos no jornal da noite, e a minha filha lá em casa, mais uma vez só ouviu os efeitos e feitos dos homens do dia 20 de Janeiro, mas prometo, ainda, contar toda a história desses caras do nosso país antes de chegar a hora da telenovela brasileira. E basta
Mario Loff
Oficialmente, imortalizaram os heróis em betão, bronze, ferro e fogo, homenageando o sangue que se espalhou em nome de uma liberdade que encontra pendurado na constituição da república, e um Guiné à procura de um Bissau.
Oficialmente as estátuas têm uma única posição, de pé e olhar em frente, sem vergonha de sofrerem um resfriado, seja ela no vento, na chuva, no desmando do pessoal lá de casa, seja ela quando os pombos de correio, que em vez de entregarem a carta que o povo enviou dando conta do estado da nação, elas cagam no homem mudo, embora com livro preso na mão.
Assim como os herói que agora cagaram e cagam para, e no povo, a única mensagem do herói está no seu silencio, "os herói têm de ser inventados e reconhecidos todos os dias" mesmo sendo de carne e osso, mesmo sabendo que Ulisses é um Deus e herói grego.
Os heróis de hoje estão nas obras, estão na construção das escolas, estão nas associações comunitárias, estão no voluntariado, na sala de aula, na Direcção das escolas. Estão na musica, estão na arte, estão no alto mar salvando as vitimas da guerra, provocado por homens que chegaram ao poder como heróis, estão nas cadeias descumprindo as leis, estão no facebook lendo os comentários de quem eles não gostam, por ultimo, ele está em casa dando de comer a mamãe velha e ainda arranja tempo para dar grãos aos passarinhos.
No final do dia o herói recebe a sua pulseirinha de flores da marca coroa, e a alegria é tanta que a noite ele terá direito à noticia sobre os seus feitos e efeitos do passado e o que se fizeram no dia dele, e no seu nome, e no nome dos colegas defuntos, e ainda no dos predefuntos no jornal da noite, e a minha filha lá em casa, mais uma vez só ouviu os efeitos e feitos dos homens do dia 20 de Janeiro, mas prometo, ainda, contar toda a história desses caras do nosso país antes de chegar a hora da telenovela brasileira. E basta
Mario Loff
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