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10 de Junho – Maria Fernandes vivia com a família em uma residência na Rua da Moeda, cidade do Mindelo e no mesmo espaço tinha um bar que servia para o sustento da família. Após desabamento da moradia a mulher de 52 anos afirma viver um drama.
Maria Fernandes em estado de choque foi transportada ao hospital devido a um ataque de pânico, ao ver a casa desfazer-se em pedaços e os destroços a cobrir a maior parte dos seus pertences.
A proprietária, Maria em entrevista ao Ocean Press revelou que numa fracção de minutos perdeu a casa que adquiriu em 1986 na Rua Moeda, o seu bar que servia-lhe de sustento e a maior parte dos bens que conseguiu adquirir ao longo dos anos.
“Estou desesperada, porque a morte me passou perto dos pés, e porque perdi tudo aquilo que levei anos a construir”.
A entrevistada diz que o desabamento da sua residência lhe ficará gravado para sempre na memória.
A cidadã conta que uma empresa de construções estava a escavar um terreno ao lado para iniciar as obras de construção de uma cave e a água submersa nos terrenos existentes pondo em causa o alicerce da habitação.
Mas Maria Fernandes afirma ter chegado a alertar os trabalhadores que a sua casa poderia estar em risco, e estes acabaram por bombear a água.
Derrocada
Mas o certo é que o pior aconteceu na tarde do dia 2 de Junho como descreve Maria Fernandes.
“Estava no meu quarto no primeiro piso, acompanhada do meu filho de 21 anos. O meu neto de cinco anos ficou no rés-do-chão a ver televisão. Senti terra a cair no meu rosto, acordei e eu e o meu filho ficamos junto a uma parede lateral. De repente sentimos paredes a estalar, a minha cama desabou junto com outros pertences, bem como as paredes que ladeavam a habitação”, conta ainda abalada.
O desespero apoderou-se de mim enquanto assistia impávida à derrocada e aos escombros a cobrir tudo o que encontravam”.
“Pensei que nós os três estaríamos à beira da morte diante dessa tragédia, principalmente pensei que o meu neto estava a ser abafado no rés-do-chão, pois a fumaça não me deixava ver nada”.
Mas, do exterior ouviu gritos de pessoas que prestavam socorro anunciado que a criança foi socorrida saindo ilesa após o desabamento da habitação.
Suspensa no primeiro piso viu a sua salvação, e do filho ocorrer pela via de um buraco feito no tecto pelos Bombeiros.
Apelo
Maria Fernandes revela que volvidos sete dias, vive da ajuda de familiares e amigos, e de uma pequena quantia de dinheiro recebido das vendas do dia anterior a tragédia.
“Neste momento vivo em casa de uma prima, porque não tenho onde ir com os meus dois filhos e o meu neto. Estou em situação de desespero porque no dia 15 deste mês terei de deixar a residência”.
Não sei o que será do amanhã. O que tenho feito é pedir apoios, inclusive já fui a Cruz Vermelha, e a empresa que estava a fazer a obra junto a minha casa disponibilizou-se para prestar auxílio”.
A entrevistada deixa um apelo a pessoas e instituições, que estejam em condições de ajudar a sua família.
Procura agora arranjar meios financeiros para arrendar uma moradia e assim dar início a uma vida nova, procurando desenvolver a actividade que era a fonte de rendimento da família.
SS / Ocean Presste