Doeu e há-de doer pela vida … mas quem opõe contra o Supremo Tribunal? Faço parte de uma cidade que amanheceu com uma tarrafalese cump...
Doeu e há-de doer pela vida … mas quem opõe contra o Supremo Tribunal?
Faço parte de uma cidade que amanheceu com uma tarrafalese cumprindo uma ordem do supremo tribunal, e advinham o que era. Ação de despejo.
Se isso dói? Dói sim, se isso não dá pena? Dá sim, mas perguntemos! É justo? Se fez justiça aqui? Mas é claro que se fez justiça, ora pois. Vamos, por parte. Apesar de a justiça pertencer ao tribunal e ao ser supremo, que não se sabe em que céu se encontra, nesse momento, que de certeza aquela senhora lembrou do sacrossanto.
Em primeiro lugar é bom lembrar que a casa sempre teve dono ou donos (É uma cambada de donos e herdeiros que não acaba mais) já que de repente apareceram, mas é assim a vida.
É de lembrar que algumas vezes o edifício em questão já esteve várias vezes na eminencia de ser vendida pelos próprios familiares ou herdeiros, mas pelo que se sabe e evidenciado perante todos nós, a tentativa de venda não surtiu efeitos e nesta época estávamos no início dos anos 2000.
Em segundo lugar, em circunstância alguma os moradores fizeram esforço de usar a lei de usucapião em que lhes dá direito de terem a casa na sua posse, depois de alguns anos como legítimos donos (é bom lembrar que a despejada teve 32 anos de uso de edifício), desde que os reais donos ou ninguém o reclame como seu bem material.
Neste caso a senhora, ao que tudo indica não chegou a fazer esta ação e pelo que assistimos no dia sete de Julho do corrente ano, acabou por acatar a ordem cumprindo a vontade dos donos e do supremo tribunal. Mas esta pratica tem acontecido um pouco por este Cabo Verde a fora, com pessoas que ocupam moradias e não agilizam a situação da moradia e acabam sendo surpreendidas com tais ordenações com a passagem dos anos, como o exemplo de despejo por parte do tribunal.
Mas fazer o quê contra quem tem poder e quem é dono!? Haja humildade.
Apesar de ter circulado que um dos donos ter abordado a filha da senhora sobre o tal assunto, em que concederam a senhora um ano para abandonar a casa, e não levaram o pedido dos donos em consideração.
Mas o que se pode salutar neste imbróglio de baixa medida é que se quer aproveitar ou reaproveitar politicamente derrubando não se sabe quem introduzindo o nome do Senhor Presidente da Câmara Municipal de Tarrafal usando a ignorância do povo para meterem pó áurea e água, alias politiquice disfarçado, mas de baixa validade.
Nem a Câmara e nem o Município tem a ver com o assunto em questão, tendo em conta que o terreno e a casa é privada e o registo da casa encontra-se em São Vicente (segundo os donos), se tiveram alguma influência neste assunto não chegava ao ponto de interferirem na questão do despejo ou de outros assuntos referentes a todo esse imbróglio criado.
O que se pode reparar é que alguém aproveitou da confusão criada para manchar a Câmara Municipal sem ter o mínimo de noção e de responsabilidade, porém, ninguém esta aqui a defender ninguém, o que se esta a defender aqui, é que se deve dar ao Cesar o que é de Cesar e ao povo o que é do povo a dita senhora o que tem de direito e aos donos, A CASA. Sejamos claros e justos mas sobretudo honestos astuciosamente e coerentes intelectualmente.
É claro que por outra via a Câmara tem o seu papel social no realojamento das famílias que não tem condições de possuírem a sua própria moradia, mas também o governo através de casa para todos.
A nível social no mínimo a população deveria juntar a uma só voz para pedir a outra justiça, A JUSTIÇA SOCIAL, porque aquelas famílias tem direito a uma habitação condigna independentemente de ser quem é ou que venha a ser, a condição humana não é um fator de disputa e de brincadeira. Fica o desafio para a Câmara Municipal, Delegação do Ministério da Educação, Delegação de Ministério de Agricultura e Pesca, Delegação de Ministério de Solidariedade Social e Empresas privadas, para ajudarem esta senhora na obtenção da sua habitação condigna rapidamente antes que caia as chuvas.
Mas também que os donos derrubem imediatamente aquele edifício que representa um perigo para as pessoas em todos os níveis.
Nisto tudo, o que ficará para memória das gentes da cidade é a taberna da Dona Ongênia onde tantas histórias aconteceu e tem tantas coisas para contar, são 32 anos de vida e vivência naquele espaço e ninguém gosta de ser afastado do seu sítio onde se juntam os trapos e muitas vidas que se entrelaçam para a criação dos filhos e filhas dos outros.
. … A vida continua…