Eu que sou tão alto de boas maneiras, Eu que sou baixo, e recuso ser anão, Eu que tenho dado mãos em forma de comprimento, E entendem que sou palhaço e, quando mais insisto, Mais palhaço sou
Mario loff Homenageia Xeque de Tarrafal de Santiago. Para as pessoas que são de Tarrafal é falta de cultura geral não conhecer essa figura, um dos homens mais valentes da cidade de Tarrafal, se estou mentido atirem pedras sobre mim.
Eu, Xeque Mangue
Eu, Xeque Mangue
‘
Eu, Xeque Mangue, na vida embaraçada,
Por outros, não por mim, por quem não sou,
Visto a pele urdida,
imagem desejada como se fosse uma bala encravada,
Que me julgam, que me veem sem melodias de um certo dó.
Tão alto em boas maneiras, tão baixo em estatura,
Recuso ser encurtado, não aceito a curvatura.
Dando as mãos em observância, sou mal decifrado,
Quando mais insisto, mais palhaço sou e apreciado.
Não tenho mutualidades feitas, só acusações de ser cúmplice calculista,
Me assinam, me acusam, em um ciclo traiçoeiro.
Xeque para usos baratos, íntimo do Dinheiro,
Mas de finanças, só amigos, impostos em dinheiro.
Por dinheiro, escrúpulos, pela dor do meu povo,
Em mãos estendidas, a mágoa, o sufoco.
Decido ficar calado, incômodo, desperto atenção,
Buscam um bobo, um palhaço, em vão.
Observo neles o porquê do meu tamanho,
Quando a palavra é respeito, faltam os cidadãos.
Saio em três dimensões, meio homem, meio riso,
Guarda da praça, entardeço em aviso.
Ando pelos bancos, em busca de subsídios,
Sem utilidade, mas guardando os meios.
Tempo passa, ganho idade, matéria em crescimento,
Como IVA, para a velhice, sem lamento.
Acusado de ser aborrecido, sem amor saber,
Espero mulheres, dono deste coração a sofrer.
Declamo trechos de novela, rezando à luz da vela,
Aceito esta fé caduca, nesta vida singela.
Criança negada, raça esquecida,
Virtude seria, humanidade perdida.
Idealizo meu destino, xeque de mangue sou,
Sairá sempre de dentro de mim, o que serei, onde vou.
Por: Mario Loff
foto: Philippe Aschman
Por outros, não por mim, por quem não sou,
Visto a pele urdida,
imagem desejada como se fosse uma bala encravada,
Que me julgam, que me veem sem melodias de um certo dó.
Tão alto em boas maneiras, tão baixo em estatura,
Recuso ser encurtado, não aceito a curvatura.
Dando as mãos em observância, sou mal decifrado,
Quando mais insisto, mais palhaço sou e apreciado.
Não tenho mutualidades feitas, só acusações de ser cúmplice calculista,
Me assinam, me acusam, em um ciclo traiçoeiro.
Xeque para usos baratos, íntimo do Dinheiro,
Mas de finanças, só amigos, impostos em dinheiro.
Por dinheiro, escrúpulos, pela dor do meu povo,
Em mãos estendidas, a mágoa, o sufoco.
Decido ficar calado, incômodo, desperto atenção,
Buscam um bobo, um palhaço, em vão.
Observo neles o porquê do meu tamanho,
Quando a palavra é respeito, faltam os cidadãos.
Saio em três dimensões, meio homem, meio riso,
Guarda da praça, entardeço em aviso.
Ando pelos bancos, em busca de subsídios,
Sem utilidade, mas guardando os meios.
Tempo passa, ganho idade, matéria em crescimento,
Como IVA, para a velhice, sem lamento.
Acusado de ser aborrecido, sem amor saber,
Espero mulheres, dono deste coração a sofrer.
Declamo trechos de novela, rezando à luz da vela,
Aceito esta fé caduca, nesta vida singela.
Criança negada, raça esquecida,
Virtude seria, humanidade perdida.
Idealizo meu destino, xeque de mangue sou,
Sairá sempre de dentro de mim, o que serei, onde vou.
Por: Mario Loff
foto: Philippe Aschman
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