primeira leva de presos que foram para o Campo de Concentração do Tarrafal, copiado por Salazar, do modelo nazi
Foi por (...) um Mundo melhor, que os homens que hoje homenageamos, operários, marinheiros, intelectuais, ousaram levantar-se contra a ditadura fascista, pela liberdade", disse a coordenadora da URAP, dia 12 de Setembro, na romagem anual à sepultura dos antifascistas presos no Campo de Concentração do Tarrafal.
Marília Villaverde Cabral, que falava junto ao Mausoléu dos Tarrafalistas no Cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, referiu também o democrata José Casanova, que morreu em Novembro de 2014, que, "até poder, nunca deixou de vir aqui, com a URAP, homenagear os que, na longa noite do fascismo foram portadores da chama da liberdade e pela liberdade morreram no Campo de Concentração do Tarrafal".
Anteriormente, Fernando Tavares Marques, numa cerimónia presidida por José Manuel Vargas, leu uma carta ficcionada do livro de José Casanova "Tempo das Giestas".
Depois de assinalar que os antifascistas ali enterrados faziam parte da "primeira leva de presos que foram para o Campo de Concentração do Tarrafal, copiado por Salazar, do modelo nazi", a dirigente da URAP sublinhou que "pelo campo passaram até 1954 – data do seu encerramento, devido à denúncia nacional e internacional – 340 presos políticos, 32 dos quais ali sepultados".
Prosseguindo o trabalho de preservar a memória dos resistentes antifascistas e divulgar o seu exemplo às gerações mais novas, Marília Villaverde Cabral anunciou que uma delegação da URAP irá aos Açores a 17 de Setembro, para, em parceria com a Câmara de Angra do Heroísmo, "homenagear junto ao forte os antifascistas que ali estiveram presos, colocando uma lápide em sua memória, e que espera conseguir levar a efeito um levantamento dos nomes de todos eles, à semelhança do que foi feito relativamente ao Forte de Peniche e à Prisão do Porto".
"Daqui, ninguém sai com vida", diziam os carcereiros do Tarrafal. Mas os sobreviventes embora "cercados de arame farpado, de mar, de muitas muralhas de isolamento, conseguiram tudo derrubar e construir com a sua firmeza, a sua convicção, um futuro que abateu os fascistas". "Os vencedores fomos nós", afirmavam.
Na cerimónia, perante cerca de 80 pessoas, um grupo de elementos do Coro Lopes Graça cantou: "Firmeza", "Jornada" e "Acordai!".
Os participantes deixaram o cemitério do Alto de S. João a cantar "Grândola, Vila Morena", de Zeca Afonso, e o Hino Nacional. fonte:http://www.urap.pt/
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