Dependerá de cada um de nós fazer do dia de amanhã um marco na história da nossa jovem democracia. Se todos formos às urnas, se todos exercermos o nosso direito-dever de votar
Caros Compatriotas
Acabamos de completar quarenta anos de país independente e vinte e cinco de Estado democrático. Percorremos um importante caminho. Construímos um Estado respeitado e estamos a aperfeiçoar e consolidar a nossa democracia.
As eleições transformaram- se numa rotina que alimenta o nosso sistema e permite que cada cabo-verdiano exprima os seus anseios, realize as suas escolhas. Elas são o coroar da vivência democrática traduzida na liberdade de expressão do pensamento e de organização política.
Por isso a qualidade da democracia depende em grande medida da participação do cidadão e da qualidade do seu voto.
Em democracia a importância dos partidos políticos é decisiva porque são os canais naturais através dos quais a vontade das pessoas pode ser construída e expressa. Mas são as pessoas os elementos fundamentais do sistema porque são elas que votam.
As urnas estarão abertas amanhã, para receber os boletins de votos, através dos quais escolheremos os nossos representantes na Assembleia Nacional -
É através de eleições livres que o cidadão escolhe os Deputados da Nação que, em seu nome, dirigirão os destinos de todos os cabo-verdianos residentes no país ou na diáspora.
São os Deputados que, como sabemos, integrarão a Assembleia Nacional, casa da democracia e instância central do poder do Estado no nosso sistema político, órgão de soberania de onde emanará o Governo que, durante os próximos cinco anos, responderá pelas políticas do país, nas mais diversas áreas.
Dependerá de cada um de nós fazer do dia de amanhã um marco na história da nossa jovem democracia. Se todos formos às urnas, se todos exercermos o nosso direito-dever de votar, se apostarmos na redução drástica da abstenção, estaremos a mostrar ao Mundo que assumimos definitivamente a democracia como forma de, juntos, trabalharmos para a realização dos sonhos da Nação, sob a esclarecida direcção de compatriotas nossos e por nós escolhidos, em consciência, para administrar a res publica.
É fundamental que o dia de hoje seja utilizado para se reflectir sobre a grande responsabilidade que impende sobre os nossos ombros. Precisamos escolher, em consciência, aqueles cujas propostas para a sociedade tragam no seu bojo a esperança de dias melhores.
E é bom também que se vote em consciência. Que as nossas escolhas venham do fundo do nosso ser e não sejam – nunca, jamais e em tempo algum - determinadas por ninguém, por nenhum poder, por nenhuma força externa e por nada que violente nossa vontade, nossa consciência, nosso sentido do que é bom para Cabo Verde e para as suas gentes.
Neste importante dia de reflexão apelo, pois, a todos os cidadãos no sentido de não admitirem qualquer tipo de acção que procure condicionar o exercício e o sentido do seu voto.
Igualmente, dirijo-me a todos os agentes políticos e autoridades solicitando que contribuam para que a participação do eleitor seja absolutamente livre.
Amanhã, no país e nas comunidades no exterior, que nenhum eleitor fique em casa. A nossa democracia necessita dessa força para se afirmar, se consolidar. O nosso país necessita desse suporte para continuar a se desenvolver.
Viva a democracia
Viva Cabo Verde
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