O presidente da Associação dos Pilotos em Cabo Verde, Ricardo Abreu, alertou hoje para os riscos de acidente de aviação em Cabo Verde, derivado do cansaço da tripulação.
Ricardo Abreu que falava durante uma audição parlamentar em sede da Comissão Especializada de Finanças e Orçamento, “fez questão que esse alerta ficasse registrado na acta da reunião”.
É que segundo adiantou, enquanto a empresa paga salários aos pilotos colocados em casa, sobrecarrega aqueles que estão em efectividade de funções, permitindo também que o administrador da empresa, que é pago para pensar a empresa, faça quatro voos semanais.
“Nós já tivemos uma situação em Cabo Verde. O caso Santo Antão…o cansaço da tripulação foi referenciado como causa do acidente. Era uma tripulação que já tinha vários dias a voar sem descanso”, disse alertando que se não for mudada a forma de fazer aviação civil em Cabo Verde, em que o interesse maior é que o avião levante voo, o país poderá voltar a ter acidentes com perdas de vida.
Conforme precisou, a empresa tem actualmente um total de oito pilotos com salário médio de 550 mil escudos por mês, a receber sem produzir nada. Só nos últimos 14 meses pagou só em salário um total de mais de 61 mil contos. Enquanto isso paga aos pilotos em serviço pelas folgas não gozadas e horas extras.
“São 61.600 contos referentes a 14 meses de salário sem produzir. É o que foi mais ou menos pago nesse último ano e dois meses aos pilotos em casa. Quanto ao pagamento das folgas, segundo as últimas informações que tive já ultrapassavam os 10 mil contos nesse período”, disse Ricardo Abreu que foi ouvido juntamente com o representante do pessoal de cabine.
Os pilotos estão em casa por causa da falta de formações, cujos custos para sua realização são, segundo o representante da classe, de aproximadamente de seis mil contos.
“Ainda teríamos poupado quatro mil contos dos subsídios, das folgas e das horas extras pagas até este momento. Teríamos poupado cansaço de quem está com a sobrecarga e teríamos ganhado na produção porque se cada um tivessem produzido uma hora eram 14 horas por mês que é melhor que zero”, notou.
Essa situação, conforme alertou, para além dos custos acarreta perigos de acidentes, já que segundo frisou o histórico mostra que 75% dos acidentes aéreos são provocados por problemas que poderiam ser evitados, se a tripulação estivesse com o descanso em dia e em alerta.
Por isso pediu ao Governo uma outra postura face à TACV, salientando que se a empresa está no estado em que se encontra, a culpa é do Estado.
“Pedimos que mudem a forma de falar da TACV e acima de tudo que apresentem a solução para o problema da empresa”, disse demonstrando-se desiludido com o debate parlamentar realizado no dia 28 de Março sobre a política dos transportes em Cabo Verde.
“Nesse debate esperávamos que o Governo apresentasse medidas concretas para a empresa. Até agora não tivemos nada de novo, nenhuma meta para ser atingida. O Governo fala e direciona num sentido da privatização e o conselho de administração vai num outro sentido que é expansão da empresa”, disse denunciando aquilo que classifica de “divergência” quanto ao futuro da empresa.
MJB /FP, fonte:Inforpress, publicado em 11 Abril
É que segundo adiantou, enquanto a empresa paga salários aos pilotos colocados em casa, sobrecarrega aqueles que estão em efectividade de funções, permitindo também que o administrador da empresa, que é pago para pensar a empresa, faça quatro voos semanais.
“Nós já tivemos uma situação em Cabo Verde. O caso Santo Antão…o cansaço da tripulação foi referenciado como causa do acidente. Era uma tripulação que já tinha vários dias a voar sem descanso”, disse alertando que se não for mudada a forma de fazer aviação civil em Cabo Verde, em que o interesse maior é que o avião levante voo, o país poderá voltar a ter acidentes com perdas de vida.
Conforme precisou, a empresa tem actualmente um total de oito pilotos com salário médio de 550 mil escudos por mês, a receber sem produzir nada. Só nos últimos 14 meses pagou só em salário um total de mais de 61 mil contos. Enquanto isso paga aos pilotos em serviço pelas folgas não gozadas e horas extras.
“São 61.600 contos referentes a 14 meses de salário sem produzir. É o que foi mais ou menos pago nesse último ano e dois meses aos pilotos em casa. Quanto ao pagamento das folgas, segundo as últimas informações que tive já ultrapassavam os 10 mil contos nesse período”, disse Ricardo Abreu que foi ouvido juntamente com o representante do pessoal de cabine.
Os pilotos estão em casa por causa da falta de formações, cujos custos para sua realização são, segundo o representante da classe, de aproximadamente de seis mil contos.
“Ainda teríamos poupado quatro mil contos dos subsídios, das folgas e das horas extras pagas até este momento. Teríamos poupado cansaço de quem está com a sobrecarga e teríamos ganhado na produção porque se cada um tivessem produzido uma hora eram 14 horas por mês que é melhor que zero”, notou.
Essa situação, conforme alertou, para além dos custos acarreta perigos de acidentes, já que segundo frisou o histórico mostra que 75% dos acidentes aéreos são provocados por problemas que poderiam ser evitados, se a tripulação estivesse com o descanso em dia e em alerta.
Por isso pediu ao Governo uma outra postura face à TACV, salientando que se a empresa está no estado em que se encontra, a culpa é do Estado.
“Pedimos que mudem a forma de falar da TACV e acima de tudo que apresentem a solução para o problema da empresa”, disse demonstrando-se desiludido com o debate parlamentar realizado no dia 28 de Março sobre a política dos transportes em Cabo Verde.
“Nesse debate esperávamos que o Governo apresentasse medidas concretas para a empresa. Até agora não tivemos nada de novo, nenhuma meta para ser atingida. O Governo fala e direciona num sentido da privatização e o conselho de administração vai num outro sentido que é expansão da empresa”, disse denunciando aquilo que classifica de “divergência” quanto ao futuro da empresa.
MJB /FP, fonte:Inforpress, publicado em 11 Abril
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