Desabafo de uma italiana que viveu em S.Nicolau: entre a desgraça do grogue e o sonho do canábiss…
Silvia Bonetti viveu em S.Nicolau durante 2 anos onde foi dona de um restaurante na cidade de Tarrafal... Sonho de Silvia para Cabo Verde é ver substituída a produção de aguardente pela produção de canábiss (ou marijuana, ou padjinha , ou ganja, ou erba, ou maconha, ou liamba).
Eis o que ela diz:
“Destilado de cana –de-acucar, o grogue é semelhante à cachaça brasileira ( não é propriamente um rum mas tem muito álcool).
O grogue é a bebida nacional ( bebem-no como nós bebemos o vinho). Foi aqui (Cabo Verde) onde ele nasceu e foi provavelmente daqui que se espalhou pelo mundo fora, primeiro para as Antilhas portuguesas e depois para Caribe e América do Sul.
Embora poucos o admitam, o grogue é, juntamente com a união entre parentes, a principal causa de demencia em Cabo Verde.
Claro que há grogue e grogue.
Sabemos que alguns contem metanol perigosíssimo para a saúde .O preço a litro varia de 2 a 12 € e a qualidade não é controlada, excepto pelos consumidores.
Vi diariamente na frente dos bares o efeito nefasto do grogue de 2 euros .Consumido em excesso o efeito nas pessoas é semelhante a aquelas que fumam “crack” ou que cheiram cola , consumindo o corpo e fulminando a mente.
O grogue “salva” a classe media, uma percentagem muito pequena da população , que semanalmente consome garrafões de 5 litros do “bom”, embora há que se arcar com o seu constante estado de embriaguez.
E agora eu lhe pergunto, povo abençoado:
Vocês tem uma “erva” que é uma porcaria e que na verdade é pouco consumida... Então porque não implementar uma produção com melhor qualidade?
Não seria melhor produzir uma boa “erva” de que beber essa porcaria? …
E enquanto eu ouvia alguém sentado no bar a fantasiar sobre um possível “paraíso fiscal” nas ilhas , eu comecei a imaginar o “paraíso da fumaça” onde o governo local podia ter o monopólio da produção do canábis e a consequente utilização da tão desocupada mão-de-obra jovem no seu desenvolvimento e cultivo.
Pensei no turista viajante ou montanhista que podia andar “vaporizado” sem no entanto comprometer as crenças locais e consciente da saúde publica….
Pensei no pescador de alto mar que depois da pesca do atum e de uma cerveja bem gelada ser-lhe-ia servido o famoso “Brue Marlim Gramma” apenas produzido em Cabo Verde.
O turista pensionista residente podia prova-lo no seu cachimbo, talvez com um pouco de Viagra (em pouco quantidade para não perder os sentidos).
E o turista médio que vem em busca do sol, do mar e do “relax”, o turista médio já podia comprar a sua ‘erva” tranquilamente no bar da praia.
Isso em pouco tempo podia render uma fortuna em impostos, principalmente com o turista fumante induzido…. Seria um bom impulso para a economia e para o turismo, especialmente para o turismo sustentável. É sobejamente conhecido que o consumidor do canábis é tipicamente um tipo tranquilo, de cultura media, amante da paz e da natureza, raramente pedófilo e pouco especulador.
Quanto ao grogue não tenho esperanças.
Uma vez foi à aldeia de Praia Branca comprar um cabrito para a Pascoa ( aqui não há vegetarianos) e na rua vi um rapaz caminhando “piano piano” a enrolar a sua erva.
Ahah , então você também fuma …
Sim sim, respondeu ele, mas só depois de beber. “Mi fa salire tutto il grogue” . Por dentro e por fora.
(Originalmente em italiano) fonte:ok
Eis o que ela diz:
“Destilado de cana –de-acucar, o grogue é semelhante à cachaça brasileira ( não é propriamente um rum mas tem muito álcool).
O grogue é a bebida nacional ( bebem-no como nós bebemos o vinho). Foi aqui (Cabo Verde) onde ele nasceu e foi provavelmente daqui que se espalhou pelo mundo fora, primeiro para as Antilhas portuguesas e depois para Caribe e América do Sul.
Embora poucos o admitam, o grogue é, juntamente com a união entre parentes, a principal causa de demencia em Cabo Verde.
Claro que há grogue e grogue.
Sabemos que alguns contem metanol perigosíssimo para a saúde .O preço a litro varia de 2 a 12 € e a qualidade não é controlada, excepto pelos consumidores.
Vi diariamente na frente dos bares o efeito nefasto do grogue de 2 euros .Consumido em excesso o efeito nas pessoas é semelhante a aquelas que fumam “crack” ou que cheiram cola , consumindo o corpo e fulminando a mente.
O grogue “salva” a classe media, uma percentagem muito pequena da população , que semanalmente consome garrafões de 5 litros do “bom”, embora há que se arcar com o seu constante estado de embriaguez.
E agora eu lhe pergunto, povo abençoado:
Vocês tem uma “erva” que é uma porcaria e que na verdade é pouco consumida... Então porque não implementar uma produção com melhor qualidade?
Não seria melhor produzir uma boa “erva” de que beber essa porcaria? …
E enquanto eu ouvia alguém sentado no bar a fantasiar sobre um possível “paraíso fiscal” nas ilhas , eu comecei a imaginar o “paraíso da fumaça” onde o governo local podia ter o monopólio da produção do canábis e a consequente utilização da tão desocupada mão-de-obra jovem no seu desenvolvimento e cultivo.
Pensei no turista viajante ou montanhista que podia andar “vaporizado” sem no entanto comprometer as crenças locais e consciente da saúde publica….
Pensei no pescador de alto mar que depois da pesca do atum e de uma cerveja bem gelada ser-lhe-ia servido o famoso “Brue Marlim Gramma” apenas produzido em Cabo Verde.
O turista pensionista residente podia prova-lo no seu cachimbo, talvez com um pouco de Viagra (em pouco quantidade para não perder os sentidos).
E o turista médio que vem em busca do sol, do mar e do “relax”, o turista médio já podia comprar a sua ‘erva” tranquilamente no bar da praia.
Isso em pouco tempo podia render uma fortuna em impostos, principalmente com o turista fumante induzido…. Seria um bom impulso para a economia e para o turismo, especialmente para o turismo sustentável. É sobejamente conhecido que o consumidor do canábis é tipicamente um tipo tranquilo, de cultura media, amante da paz e da natureza, raramente pedófilo e pouco especulador.
Quanto ao grogue não tenho esperanças.
Uma vez foi à aldeia de Praia Branca comprar um cabrito para a Pascoa ( aqui não há vegetarianos) e na rua vi um rapaz caminhando “piano piano” a enrolar a sua erva.
Ahah , então você também fuma …
Sim sim, respondeu ele, mas só depois de beber. “Mi fa salire tutto il grogue” . Por dentro e por fora.
(Originalmente em italiano) fonte:ok
COMMENTS