exorto o Sr. Ministro a enviar um sinal de gratidão a cidadã Celina Pereira
Carta aberta ao SR. Ministro da Cultura de Elias Melo Silva
Exmo Sr. Ministro da Cultura do meu País
Rogo penhoradamente conceda cinco minutos do seu precioso tempo.... obrigado, por favor leia: Há vinte anos ou talvez muito mais, em Lisboa e em casa de um compatriota, vários amigos, numa reunião de convívio informal, depois de abordados assuntos triviais, caímos e como sempre, nos temas tradicionais, “coisas daquele tempo”, “saudades sem fim” e ...na “música”. Entre nós, uma filha das Ilhas, destacava-se dos demais, pelo conhecimento adquirido após cuidadoso estudo, cantora, já com méritos firmados perante público exigente, dirigindo-se ao pessoal, perguntou.
Quando é que teremos a coragem de estudar profundamente as nossas raízes... a nossa morna, por exemplo? Quando é que lutaremos para colocar a morna no lugar honroso que merece? A pequena “Assembleia”, entre cepticismo, desatenção, ou simplesmente ignorância, não levou a pergunta a sério, atribuindo-a aos copos ou a “bazofaria nacional”. Ela ignorou a reação e perguntou, “E porque não”? Mudou-se de conversa. Porém aquele “E porque não?” continuou a martelar os meus ouvidos, obrigando-me a pensar, E se ela tiver razão? Sr. Ministro todos os grandes feitos da humanidade nasceram dum sonho, duma quimera ou duma utopia, como queira. E daí, ela, desafiando tudo e todos, do sonho fez um projecto, com pés para andar, vê-se agora. Lá fora, este projecto ganhava forças aglutinadoras, devido a notória expansão internacional conseguida pelas performances dos grandes nomes da nossa música. Até mesmo o editor-adjunto da “Folha de S. Paulo”, Fábio Victor, escrevia na edição de 20 de Maio de 2015, “Por algum segredo insular tem uma das mais belas músicas do mundo”. E ela, depois de aturado estudo sobre a matéria, e elaborado o respectivo dossier, entregava-o a 12 de Janeiro de 2012, no Ministério da Educação, ainda no tempo do seu predecessor Dr. Mário Lúcio. Porém, ela não se limitou a entregar o dossier às autoridades do nosso País, mas dele deu conhecimento à própria UNESCO e a outras estâncias internacionais, na procura incessante de solução ao que ela achava da mais elementar justiça, o reconhecimento da nossa “morna” como “Valor Universal”. Sr. Ministro, o senhor pertence a uma Nação, cujo o povo tem uma História de superação continua e esta é mais uma grande vitória, que enche os nossos corações de incontido orgulho, e eu não resisto afirmar também: “Ditosa Pátria que tais filhos tem”. Sr. Ministro sabe perfeitamente que falo da Celina Pereira, dilecta filha das Ilhas, cidadã que dedicou quase toda a sua existência ao estudo e expansão da cultura de Cabo Verde, com muita honra e dignidade. Hoje e infelizmente, encontra-se numa cadeira de rodas, num país estrangeiro, vítima das sequelas dum AVC traiçoeiro que quase a matava e tudo isso acontece, exactamente, no mesmo ano em que a petição é oficialmente entregue na UNESCO. A doença da Celina, longe de parar o movimento popular, incrementou-o.
A Celina tinha feito o seu trabalho de casa e “incendiado o palheiro”, e de seguida aparece uma Any Delgado, amiga e admiradora da precursora, que funda e divulga através das redes sociais, um projecto sob o nome de “Orgulho Nacional” e promove ao mesmo tempo vários espectáculos para a divulgação da morna, largamente publicitados, e por carolice ou devoção a causa, chega ao ponto de esgotar os seus últimos tostãozinhos, em despesas de avião, hotéis, refeições e outras (durante todo esse tempo e para fazer face aos milhares que gastou, recebeu da Embaixada em Portugal e do Consulado em Roterdão, ajudas em euros, no montante de 400.00 e 250.00, respectivamente). Ao mesmo tempo, aparecem várias Associações de nacionais, radicados em Portugal a trabalharem no mesmo sentido. São do conhecimento geral o empenhamento e os trabalhos da Paula de Carvalho, Regina Correia, Luísa Monteiro e de muitos outros. (Gosto muito pouco de citar nomes para evitar omissões desastrosas). Sr. Ministro, Dante, Petrarca e Boccaccio, grandes intelectuais de craveira superlativa, com trabalhos relevantes, porém os seus nomes ficaram na História da Humanidade, tão somente por terem sido considerados os PRECURSORES do Renascimento. Sr. Ministro, diz-se, que “a verdade é a arma mais poderosa que existe” e assim, não permita que esta honra seja roubada à Celina. E quando, na feira das vaidades (vaidade é uma fatalidade humana), houver festim e regabofe dos medíocres atrevidos, cuja maior preocupação é desarrumar as prateleiras da História para lá sub-repticiamente colocarem os seus próprios nomes, atingindo assim o palco das luzes da ribalta, dizia, e que mesmo as migalhas que sobrem, sejam de gratidão e endereçadas à Celina. A humildade da Celina levava-a a não aceitar medalhas, condecorações ou dar o nome a uma avenida ou rua. No poder que me concede o exercício da minha plena cidadania, exorto o Sr. Ministro a enviar um sinal de gratidão a cidadã Celina Pereira, que embora no estado de cataplexia em que se encontra – numa cadeira de rodas, não fala, não escreve, não mexe, mas está consciente –, uma mensagem que podia ser nestes termos:- Da equipa que materializou, com sucesso, o seu sonho. Obrigado Precursora”, ficaríamos todos felizes com essa prova de gratidão. Ela, porém como eu disse, não fala nem escreve mas está consciente e pensaria: ”Quando tive oportunidade, tentei servir o meu País, com muito orgulho e hombridade”. Obrigado pela sua atenção.
Respeitosamente,
Elias Melo Silva
Exmo Sr. Ministro da Cultura do meu País
Rogo penhoradamente conceda cinco minutos do seu precioso tempo.... obrigado, por favor leia: Há vinte anos ou talvez muito mais, em Lisboa e em casa de um compatriota, vários amigos, numa reunião de convívio informal, depois de abordados assuntos triviais, caímos e como sempre, nos temas tradicionais, “coisas daquele tempo”, “saudades sem fim” e ...na “música”. Entre nós, uma filha das Ilhas, destacava-se dos demais, pelo conhecimento adquirido após cuidadoso estudo, cantora, já com méritos firmados perante público exigente, dirigindo-se ao pessoal, perguntou.
Quando é que teremos a coragem de estudar profundamente as nossas raízes... a nossa morna, por exemplo? Quando é que lutaremos para colocar a morna no lugar honroso que merece? A pequena “Assembleia”, entre cepticismo, desatenção, ou simplesmente ignorância, não levou a pergunta a sério, atribuindo-a aos copos ou a “bazofaria nacional”. Ela ignorou a reação e perguntou, “E porque não”? Mudou-se de conversa. Porém aquele “E porque não?” continuou a martelar os meus ouvidos, obrigando-me a pensar, E se ela tiver razão? Sr. Ministro todos os grandes feitos da humanidade nasceram dum sonho, duma quimera ou duma utopia, como queira. E daí, ela, desafiando tudo e todos, do sonho fez um projecto, com pés para andar, vê-se agora. Lá fora, este projecto ganhava forças aglutinadoras, devido a notória expansão internacional conseguida pelas performances dos grandes nomes da nossa música. Até mesmo o editor-adjunto da “Folha de S. Paulo”, Fábio Victor, escrevia na edição de 20 de Maio de 2015, “Por algum segredo insular tem uma das mais belas músicas do mundo”. E ela, depois de aturado estudo sobre a matéria, e elaborado o respectivo dossier, entregava-o a 12 de Janeiro de 2012, no Ministério da Educação, ainda no tempo do seu predecessor Dr. Mário Lúcio. Porém, ela não se limitou a entregar o dossier às autoridades do nosso País, mas dele deu conhecimento à própria UNESCO e a outras estâncias internacionais, na procura incessante de solução ao que ela achava da mais elementar justiça, o reconhecimento da nossa “morna” como “Valor Universal”. Sr. Ministro, o senhor pertence a uma Nação, cujo o povo tem uma História de superação continua e esta é mais uma grande vitória, que enche os nossos corações de incontido orgulho, e eu não resisto afirmar também: “Ditosa Pátria que tais filhos tem”. Sr. Ministro sabe perfeitamente que falo da Celina Pereira, dilecta filha das Ilhas, cidadã que dedicou quase toda a sua existência ao estudo e expansão da cultura de Cabo Verde, com muita honra e dignidade. Hoje e infelizmente, encontra-se numa cadeira de rodas, num país estrangeiro, vítima das sequelas dum AVC traiçoeiro que quase a matava e tudo isso acontece, exactamente, no mesmo ano em que a petição é oficialmente entregue na UNESCO. A doença da Celina, longe de parar o movimento popular, incrementou-o.
A Celina tinha feito o seu trabalho de casa e “incendiado o palheiro”, e de seguida aparece uma Any Delgado, amiga e admiradora da precursora, que funda e divulga através das redes sociais, um projecto sob o nome de “Orgulho Nacional” e promove ao mesmo tempo vários espectáculos para a divulgação da morna, largamente publicitados, e por carolice ou devoção a causa, chega ao ponto de esgotar os seus últimos tostãozinhos, em despesas de avião, hotéis, refeições e outras (durante todo esse tempo e para fazer face aos milhares que gastou, recebeu da Embaixada em Portugal e do Consulado em Roterdão, ajudas em euros, no montante de 400.00 e 250.00, respectivamente). Ao mesmo tempo, aparecem várias Associações de nacionais, radicados em Portugal a trabalharem no mesmo sentido. São do conhecimento geral o empenhamento e os trabalhos da Paula de Carvalho, Regina Correia, Luísa Monteiro e de muitos outros. (Gosto muito pouco de citar nomes para evitar omissões desastrosas). Sr. Ministro, Dante, Petrarca e Boccaccio, grandes intelectuais de craveira superlativa, com trabalhos relevantes, porém os seus nomes ficaram na História da Humanidade, tão somente por terem sido considerados os PRECURSORES do Renascimento. Sr. Ministro, diz-se, que “a verdade é a arma mais poderosa que existe” e assim, não permita que esta honra seja roubada à Celina. E quando, na feira das vaidades (vaidade é uma fatalidade humana), houver festim e regabofe dos medíocres atrevidos, cuja maior preocupação é desarrumar as prateleiras da História para lá sub-repticiamente colocarem os seus próprios nomes, atingindo assim o palco das luzes da ribalta, dizia, e que mesmo as migalhas que sobrem, sejam de gratidão e endereçadas à Celina. A humildade da Celina levava-a a não aceitar medalhas, condecorações ou dar o nome a uma avenida ou rua. No poder que me concede o exercício da minha plena cidadania, exorto o Sr. Ministro a enviar um sinal de gratidão a cidadã Celina Pereira, que embora no estado de cataplexia em que se encontra – numa cadeira de rodas, não fala, não escreve, não mexe, mas está consciente –, uma mensagem que podia ser nestes termos:- Da equipa que materializou, com sucesso, o seu sonho. Obrigado Precursora”, ficaríamos todos felizes com essa prova de gratidão. Ela, porém como eu disse, não fala nem escreve mas está consciente e pensaria: ”Quando tive oportunidade, tentei servir o meu País, com muito orgulho e hombridade”. Obrigado pela sua atenção.
Respeitosamente,
Elias Melo Silva
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