A filha da Cláudia já completou 4 anos
Criando uma filha que precisa de cuidados especiais
CLÁUDIA CONTRAIU ZIKA QUANDO ESTAVA GRÁVIDA
Foi aos três meses de gravidez que Cláudia soube pelo medico que sua filha poderia nascer com varias deficiências porque ela havia contraído o Zika, vírus proveniente do Brasil que de Outubro de 2015 a Maio de 2016 infetou mais de 7.500 pessoas em Cabo Verde.
A epidemia desapareceu como surgiu – repentinamente – mas deixou marcas profundas nas 18 crianças cabo-verdianas que nasceram com microcefalia e outras condições físicas que impossibilitam essas crianças de andarem ou mesmo de estarem sentadas.
A microcefalia é uma condição em que a cabeça do recém-nascido é muito menor do que o esperado, podendo acontecer juntamente com outras malformações congênitas que para alem de problemas motores causam deficiência intelectual (habilidade reduzida de aprender e exercer atividades do dia a dia) e atraso no desenvolvimento, como problemas de fala.
A filha da Cláudia já completou 4 anos mas o seu desenvolvimento cognitivo é o de uma criança com muito menos idade e é quase certo que necessitará de cuidados durante toda a vida.
Quando Cláudia soube que a filha não teria uma vida “normal” como a de outras crianças foi um choque, mas com o tempo ajustou-se ao fato e aprendeu a lidar com as exigências físicas e comportamentais da filha que vive rodeada de amor da família, de vizinhos e ate de outras crianças que de alguma forma brincam e tentam comunicar com ela.
Cláudia diz que com o tempo as deficiências da filha transformaram-se numa bênção, não só para a ela mas para as outras pessoas que a rodeiam e que aprenderam a ser mais compassivas e a mostrar muito mais empatia para com pessoas com microcefalia ou com outras limitações físicas e mentais .
E assim sua filha vai crescendo na cidade da Praia , necessitando é certo de cuidados especiais, mas sempre com muito amor e dedicação.A filha sofre também de convulsão, uma outra característica da chamada “síndrome congénita do zika vírus” e que exige acompanhamento medico, mas, neste tempo de Covid-19, Cláudia evita leva-la ao hospital. E nos momentos em que a crise aperta Cláudia diz que canta para a filha. A cantiga a embala e a faz acalmar.
E quando se aproxima a Dia da Mãe fica uma mensagem muito especial para essa mulher muito especial especial que cria essa criança também ela muito especial e que é amada amada como ela é.
Gostaria que a filha fosse “normal”? Sim, gostaria, mas como não é assim, essa mulher especial luta com todos os meios para que a filha tenha o melhor e arranja tempo para para se virar entre consultas, crises, remédios, casa, trabalho, família, etc, etc. Essa mulher - essa mãe muito especial - na verdade é muito mais forte do que imaginámos.
Essa mãe é Cláudia, mas é também todas as outras mães de crianças com deficiências e que necessitam de cuidados especiais. A todas elas força e coragem! fonte:ok
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