Este caso aconteceu na ilha da boa Vista
Boa Vista: Jorge Adalberto confessa que jogou restos mortais da ex-namorada no contentor de lixo
A audiência de discussão e julgamento do feminicídio da jovem Gabriela Évora, ficou marcada por uma nova versão do arguido Jorge Adalberto Tavares, sobre o destino dado aos restos mortais.
Djodje que no primeiro interrogatório terá dito que após queimar o corpo de Gaby, deitou os restos mortais no mar, reafirmou nessa audiência, que na verdade os mesmos foram jogados no contentor de lixo, na localidade do Rabil.
O arguido voltou a frisar que a morte de Gaby não foi planeado, mas sim um acidente com desfecho fatal.
Djodje revelou que apesar do fim do namoro, ainda os dois mantinham com frequência encontros amorosos.
E no dia 14 de Outubro estava previsto um encontro de despedida, já que Gaby ia regressar à sua terra natal, Santo Antão.
De acordo com o Ministério Público (MP), com base nas provas, ambos trocaram chamadas durante o regresso de Gaby à localidade de Rabil.
Conforme contou Djoje, no Rabil, Gaby desceu numa viatura à porta da sua residência.
Ao entrar no quarto, o arguido sublinhou que Gaby se encontrava embriagada e lhe atirou com a mão na cara.
Na sequência também desferiu um soco na cabeça da vítima, que caiu no chão.
Djodje disse que tentou reanimar a vítima, mas sem sucessos.
Gaby faleceu de imediato, afiançou o arguido, sublinhando que no "acto de desespero" colocou o corpo num bidão, juntamente com mais produtos inflamáveis para alimentar a combustão.
Com auxílio de um carrinho levou o bidão com corpo dentro, para a Ribeira do Rabil e ateou fogo.
Horas depois, recuperou os restos mortais e colocou num saco e jogou no contentor.
O arguido confessou que trabalhou por vários dias, para livrar-se da condenação dos crimes praticados.
Djodje chegou a procurar pela Gaby juntamente com os familiares, mesmo sabendo que a tinha matado e desfeito do corpo.
Ainda sugeriu a algumas pessoas a dizer à Polícia Nacional que a viu no bairro de Boa Esperança.
As testemunhas Maria e Renato garantiram que Gaby sofreu vários episódios de violência, perpetuados pelo Djodje.
A testemunha Maria afiançou que Djodje sempre dizia que somente a morte os separaria ou que caso Gaby envolvesse num outro relacionamento, a mataria e daria carne aos cães.
A mensagem da ameaça de morte também foi confirmada pela testemunha Renato.
Renato assegurou ainda que Djodje deu prazos à Gaby para separar com o seu namorado e voltasse com ele.
Versão negada pelo Djodje, alegando que ambos usavam a expressão" somente a morte nos separa", porque mesmo após a separação , viviam intensos momentos amorosos.
O MP considerou que Djoje agiu com frieza extrema.
O MP sublinhou que várias evidências como a declaração de algumas testemunhas que garantiram que viram Gaby, dias após ao desaparecimento e a sua conta de facebook constantemente online por várias dias dificultaram o trabalho das autoridades.
O MP considerou que o cenário do crime ficou no segredo dos deuses e pediu a condenação do arguido pelos crimes de homicídio agravado e integridade de cadáver ou cinzas.
A defesa alegou que o arguido não teve a intenção de matar, mas de forma espontânea
reagiu a uma agressão que resultou num fim trágico.
A defesa pede a substituição do crime de homicídio agravado, por homicídio negligente.
A sentença será conhecida no dia 16 de Julho, pelas 16h30.
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