20 poemas do poeta Mario Loff para Mayra
não me agrada o teu pensamento sobre as quartas-feiras, dia oficial que o vento amara a Mayra, entre festarolas frenéticas e super bock tristes, não é que se cansam frescos. tu devias ser a própria noiva a se fazer de txika na sementeira.
apesar da grade cerrada, é a tua voz que penetra a cavar fundo, mais, para azagua, não me agrada o teu som embalado ao norte da cidade quando não precisas de motivo para contrariar todos os somatórios dos pedintes do teu olhar, os desdentados internacionais são chiques e outras tantas cores dos semáforos loucos em teu nome. menina o sonho acaba em uma noite. contigo, dura longe. no antigamente, e ainda hoje, tens o corpo distribuído em todos os murais. essas sofrências amam muito esses homens tortos. esses homens da cidade embebedam contigo no pensamento e tu és a vítima dos grafiteiros em ternos murros, quando o teu abraço é um purgatório em pedaço antes do há-braço.
não me deixes neste estado agora que já somos mais velhos, depois que todos os nossos brios ganharam calmaria num outro mar de tubarões velhos e ventos ao norte do mundo. Há um espetáculo que reina sem prontidão no teu corpo e as tuas dores são meus silenciosos manifestos de protestos contra a dileção do afeto, e amar já foge de lugar, sem pistas em algum escritório que jamais se vivem o refinamento escrito e, o carrinho eleva todos espantos.
em evidência esta ela aqui a cavalgar as direções, o vento bate como a pedra, doi muito, mas quem bate é o silencio, a pedra é taciturna, amontoando se constrói estradas. na rua da intimidade, a frente uma rodovia longa, uma grande alameda. tem carros grandes, pequenos, novos e velhos. uns artificiais e de papel, outros menos, uns na moda e outros não, uns adotados. é tão dada a tendência neste ato de evaporar o som e a voz, o cabo-verdiano, esta raça codé da humanidade, e vibram nas passadeiras, uns fora e outros dentro da moda, inventam outras modas, e nós a moda dos outros e por vezes, somos outros dos outros.
somos assessoria e a viatura o assessor atadura de detalhes que duram, é tao só o motivo da continuidade depois de levantarmos da cama. é tão grande as pessoas que veem a carruagem grande e pequeno, é tão sublime alguém que vê para la da voz invisível que nos faz arrancar no mesmo som de um homem sem preço, mas, caro.
somos tão custosos uns dos outros e por vezes tao rápidos numa estrada sem berma para parar, é que apaga a vela, e fica uma certa música de despedida. no final vamos novamente presos nas grandes garagens sem existência. tudo é buraco escuro. conjuntos de ferros que são dadas á vidas por homens que vivem a mesma semelhança e as suas criações
o homem que vem lá
é abençoado. é como lobo das ilhas,
veste num tom sagrado,
dum deus alá, quando tem bikini
explode cavalgaduras,
contra três fios dental, no canto da boca,
apesar do bikini no corpo doce e tal
chocolate mundial sem caminho de casa.
o homem que vem lá cresceu,
com fogo e com o mário lúcio,
velha deusa, fotografada, mulher
com órgãos para ser tocada,
apesar do seu estado cru, quase orfeónica
estendida num céu de terra, pedra e cal,
arreia com dentes.
houve desordens e em recitações em seu nome,
na kebra kanela, tu eras a ora de ponta,
onda de curva contra cabo bojador.
é a longa distancia que a ferradura já dura chora de dor.
apesar da viola e certo caos para se saber qual era o teu corpo.
por uns minutos se esqueceu
de todos os jazzes do orçamento de estado,
e o teu corpo é um estado momentânea feliz,
nuns arrepios silenciosos.
por horas descobrimos que é bom ser feliz,
sem o corpo da regência.
por momentos, só tu nessa melodia,
num dia antes da morte do sol.
no meio da terra
a nuvem de carne se desconfigura,
os teus ossos, são nossos ossos
menina. na república de kebra kanela.
no meio de uma existência eunuco e só, os ossos nossos,
que quando fala nem é o próprio nome,
aos andares, os degraus dos ossos nossos
tu vives numa terra sonora a valer massapé.
num embalo antigo e duradouro,
veias elétricas contra a luz do bronzeador do amor,
tu menina, ele provoca certa pesar das flores.
bem que nessas ilhas ti senti dispersa,
nas praças e nessas lojas do plateau,
de cara para terra, viaja em tempo longo,
colorida, por vezes é assim o amor,
o canto caído na terra de kebra kanela.
todos estão de olhos, esticam a voz que configuram
uns tempos caídos no final da tarde, um crepúsculo louco,
quem dera, as águas vivas que ti pedem, o código dos piratas do amor,
para além do carrinho, eles já são figuras geométricas,
uns tem bocas prontas,
imitação de matadouro provincial.
mas, tu a chegar a terra já não é uma deusa de punho vago,
é o desejo que mal tira a primeira palavra contra tu,
o teu próprio silencio o matara,
o próprio cristo entra na fila e por um momento
a paixão de um cabo-verdiano entra
num santo, e tu que amará só por amar mayra.
o amor é para ser cantada, porque também faz anos.
entrego-te nua na rua, antes do nascer do mundo,
antes dos desejos acordarem.
nunca abra esses olhos, tão sem noção do perigo.
entrego-te limpa,
antes dos dragões de lata, e outros optimus prime.
despejarem gritos dos contrabandos da tua melodia,
antes da casta dos homens.
mas antes, menina, menina.
não purifique outras advertências.
levas todas as minhas avisos e minuta escrito no céu,
ti chamarei de menina apesar dos rótulos.
entrego-te única e sem padrão, a música tem sido ser por vezes tão duvidosa,
é que as armas por vezes cantam mais altos,
e a tua boca, menina, tua boca é o vazio tal ponto 9.
cai a noite, vens a mim outra vez,
repetidamente pronto para o conserto
entregar-me a ti outra vez,
não é arte, e outras vezes minúcias incríveis sem nenhum amanhecer.
para recolocar as peças que os buracos nas estradas da vida cavam, corda solta,
quebrou com atos, nobres mágoas,
entrego-te a ti, depois seremos a compostura sem cura, um contra o outro.
no início, um vinho seco
depois sangue de cristo
dois nomes brancos
um crucifixo de preste djon
bu odju di txoti nosenti
sangue preto na terra
um badiu em fuga dentro de ti,
uma boca que engole o mundo,
teu céu da boca dum txankalakatan
outras vezes, de ti mesmo
secamos por dentro, ardemos pé a pé
secamos na terra
pedaços secos
no meio do mar
somos o sal,
esse tal costume fatal
de ida
cheirinhos
com bolhas de incómodo.
depois,
resolvemos promover o erro
no chão de kebra kanela
ele era o erro perfeito,
a escuridão foi bastante dura,
o escuro é demasiado concreto.
você é madura menina,
depois
em nenhum momento
o teu físico foi da madona,
senhora, minha dona,
flora e fauna,
rachamos a madona,
cortamos no pecado,
depois a loucura ficou no corretor.
lá pelas bandas da terra do diabo.
nunca mais o erro deixou de ser o amor
serramos nos gastos, o teu nome sem iva
e os nossos olhos têm defesas elétricas,
há muito tempo que gastamos o olhar,
ao lado um do outro, tu andas mesmo longe.
pouco se sente do teu caminho,
se aumentamos a voz,
a noite promovemos,
o cero, fogo frio, um do outro,
com uma certa calma,
quando o diabo é a nossa propriedade.
depois somos o erro, a ferro e fogo.
normal é uma praia ter senhores,
um fumo de cigarro
uma viatura deitada na arreia
outros tantos homens com uma veloz lentidão.
normal é uma praia ter senhoras,
desejando um cigarro e que quebra a canela dos homens.
para suportar o pânico, a imagem da viatura deitada na arreia.
aqui,
agora neste evento do vento
que passa,
nada do que se kasa
essas tuas asas de fora.
talvez até mão sem ivas,
aqui fora da nossa casa,
nem teu nome,
aquela fome
no olhar.
a arte do varão focado, nunca fobado,
botânico e tão orgânico
o vento que passa é mudo,
a tua boca, todo o céu sem um senhor,
nem sabe o teu o sonho,
talvez nem o teu próprio nome.
o chão ainda esta preso aqui,
apesar da terra
que deixaste para trás,
por aqui, há tumulto para o sul
que os bichos cavalgam nos campos de pedra
nenhum ser reclama do ar vagabundo,
a não ser a cruz,
o teu coração tem várias caras,
e uma casa de repouso
algumas vezes em nosso nome,
várias razões e um motivo, tonto que se sacrifica.
ainda lá, se nota que é crítico e por hora.
os íntimos das coisas, apavoram a profundidade sôfrega.
a administração do coração e o corpo que bebe e consome Xixá que some.
e o tempo que fica e ganha a existência
ganha o peito, o braço, os pés,
ganha a boca,
e depois disparado contra o amor.
quem ti pós a grade no caminho? e de repente esqueceu-se que continua a vida, por entre a grade acaba o corpo. o próprio amor acaba em dobro. só entra o vento, a morte, o olhar vazio em seu silêncio frio. as barras de ferro nunca é impedimento do invisível. Entre as barras de ferro, faça a tua voz virara ouro, é a outra parte da república de ti que mora o autoritarismo musical. apesar das barras de humildade, as grades recebem os olhares e ponta dos dedos que penetram.
por hoje. só serei o teu feio,
teremos o tempo, vento e atraso
serei o gado malfalado
largado ao vento
no Sul Tim Maia
olha sul! Que legal
um certo gosto
neste feio desgosto
o dia já vai longe
nem chuva nem uva
nem cor, nem este curso de ser escuro.
no rosto, tantos outros
perdeu, restantes
ideias, todo
tosco
palavra, será feio
já nada de freio
este homem Fémio
preto feio e, sem pareceres.
pena, que os poetas já não derrubam nada, nenhuma montanha, nunca antes fora da calça. nunca, nunca levantaram um voo cancelado com decreto, um poema louco, uma erva quase feno na terra a ferro e fogo. os poetas já não derrubam prédios, nem ditaduras, nem ataduras da serpente, provavelmente saberão derrubar a tua muralha de tecido, debaixo do teu quente céu. sob o sol toda a mulher é arte, antes do mundo abrir os olhos, nem todo universo têm perspicácia contra azia que amara um palco mudo nunca antes da mayra.
há mais canção
que se ouve lá fora
há mais atenção que aflora,
por hora da agonia,
pididu konprenson pá ken ki teni
pequeninos milhões de messi,
uns agarrados no ronaldo,
uns azarados que nem cantam à nação,
e eu que ti oiço pela canção.
por ora minha querida
vais negar a venda
serás, a rainha
eu o rei
tu a lenda
até virarmos uma lei.
em algum tempo, perdemos
todas as derrotas,
notamos a vida que caminha em outra via,
entre os rios e da outra marguem,
talvez ao sul de mangui baxu,
na mesa de um tal bar malcheiroso de Madrid,
puxamos um cigarro que era proibido pela mãe,
deixamos de acreditar nos fumos e nos cravos, apesar do anel,
terminamos um cigarro cubano e o amor era fundo, apesar da exalação popular
no antigamente feminino
agarramos na grade das grandes coisas
e os amigos eram tão poucos e permaneciam longe.
tem entrado o tempo, é idade nosso de cada dia.
o país não é nada velho.
é o fumo de cigarro que seguiu nossos outros caminhos.
longe de casa.
deus, este deus que usa um biq.
escreveu os nossos nomes nessa intimidade fora de um céu.
amor velho
meu amor, tenho a tarde livre para irmos beber uma coca-cola e celebrarmos a boa safra de apanha de louro seco. a nossa conselheira de 90 anos disse que é sempre melhor um siré do que uma coca-cola. mas, nesta tarde quero ouvir contigo a música mais famosa de francis silva (fefa clarinda) e dedicar toda a melodia a ti, apesar da coca-cola e um siré, não importava de ouvir runaway, será uma tarde bom e ouvir bon jovi é a nossa loucura, toalha no chão e pães de marca cristal. meu amor, venha, nesta tarde estou livre, estarei na praça a aquecer o silêncio com um cigarro querido dos pescadores, até a sua chegada, vou me esforçar para não ti confundir com a mulher que chegou a cidade com rebocador falatório do subúrbio e anda a calçar futilidades e a cabeça é o lugar das imaginações. estou livre nesta tarde para sentarmos no velho parque de colonato, roubar mensagem cortazianos nas asas dos passarinhos, estou livre esta tarde e noutras tardes nesses dias para entrarmos neste estado. estado de piração e de pura-ção.
há criaturas que desejam o disparo, porém, deixaram morrer todos os homens dentro das calças. caçam no escuro, morrem aos poucos, viajam até o batente das máscaras elásticas, esqueceram como se bebe um clep's com canudinho na tasca “sopa de pedra” do obeso barman que inventou a tarde em fatias dos tubarões pequeninos, esses homem deixaram grandes peixes lhes comeram iscos, esses homens ganharam medo dos grandes tubarões e disparos. dentro das calças eles fazem oceanos, lá o mar é só deles, pacífico e molham o céu, das suas bocas. morrem por não entenderem, que as piadas do velho djunga perdeu a humidade, morrem sem ver as flores malcheirosas, antes rosas frias deixadas pelo varão que perdeu o brio tarde demais, as mães que perderam o bem querer e vergou ao andante de cilora chinesa, e o filho a sua fome, fartura que se atura e dores de dentro, morrem murchos sem terem disparado um cravo contra o amor. Mas no ato da bravura quem canta para o levantar do chão é ela.
é só por vezes que a tua beleza é uma espantosa emboscada contra o coração. agora, conhecer a tua alma por dentro é ser o teu réu e pecador. é bem provável que amar só tem grandeza quando todas as nossas falhas vêm aos poucos, pausado. ti amar é um erro e deceção muito necessário e quase perfeito.
adão e eva. alias, adão e mayra. um casal em fuga, a noite fizeram uma cama ser incorreta. soluços de ar, plantas e o frio que lhes penetram na existência, depois trovoada de pecados e um deus turbulento e espião treinado pelo kgb que dispara na fé de um artista de arquitetou o adão e eva a imagem da mayra.
me dói a cabeça. as tantas da noite, a própria madrugada tem sentido tal dor, tem chorado agarrado às ondas da praia mais perto da cidade, e às ondas falam frustrações, quando é assim, também me dói o pensamento e o coração. a cabeça me tem feito aquilo, reagir quando escrevo esses poemas par ti.
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