O grito do silêncio da menina - Márcia Estrela

Aprecia-te a ti mesmo, ou mata-te a ser a mulher com consciência

O grito do silêncio da menina

Por agora meus senhores e minhas senhoras!

Sabemos todos que é a mulher que abre a perna e sai a liberdade.

E de repente me pergunto!

Até onde iremos chegar, antes da repulsa?

Será necessário usar mascará, com marcas?

Uma parte fêmea e outra parte macho? 

Como se isso fosse uma doença de penetração,

É preciso se proteger para não se contagiar, 

Com sexista e sexismo?

Contra o punho e palavra que tem dedo fixo 

contra a liberdade. 

Por agora meus senhores, 

Fiquem a saber que o mundo em silencio

É só um poder que a mulher tem guardado,

Por vezes, ela é tempestade, a outra metade, macho. 

Até onde iremos parar?

No jogo de empurrar a liberdade, 

É preciso recuperar uma certa sanidade,

Olhemos um pombo branco e nas suas asas livre, 

Uma ave que bica água e se lava como a mulher de punho longo,

Que anda de rua a rua, mesmo entre as diferenças,

Continuaremos sempre os tais, por agora. Nada comparar. 

Porque é que ele pode e ela não pode,

Eu posso neste poema, gritar o meu poder,

Contra o teu impedimento. Por agora sacode 

a tua raiva.

Come-se a aparência? 

Aprecia-te a ti mesmo, ou mata-te a ser a mulher com consciência, 

Dá-te a ti mesmo, ou dá-te ao mundo. A liberdade. 

Mas luta-te, olhe-se, grite se for gritar, 

mas cair na indiferença, jamais.

Minhas senhoras! valorize cada detalhe da nossa essência.

E porque não aceitar?

Na verdade, é proibido agradar, dois caminhos, 

Hoje há um macho bom, amanha uma fêmea feia 

Outro dia um pão de sal e um batom que rasga e, seremos só inferências,

Por dentro somos sangue e um batedor capaz de amar,

Mas do que vale perder nossa essência do que a razão?

Brilhe minha irmã, brilhe meu irmão,

Seja sua melhor versão.

Márcia Estrela