Chorou durante o depoimento, contando que matou o noivo Hugo Oliveira, de 25 anos, mas disse que o fez porque ele lhe pediu.
Afinal estava “escondida” em Cabo Verde
ENCONTRADA PROFESSORA PORTUGUESA QUE MATOU NOIVO EM 2016
Fernanda Baltazar, na altura com 36 anos, entrou no tribunal de Lisboa vestida de preto, dos pés à cabeça.
Chorou durante o depoimento, contando que matou o noivo Hugo Oliveira, de 25 anos, mas disse que o fez porque ele lhe pediu. Revelou um pacto de morte, do qual ela desistiu à última da hora, deixando que apenas o companheiro consumasse a decisão.
E contou que foi Hugo quem escolheu a forma de morrer. Usaram gelo seco e água, para que fosse libertada uma nuvem espessa de monóxido de carbono - técnica usada no cinema para criar efeitos especiais. Fernanda mencionou uma relação marcada por contactos com o além e pela busca de uma forma de morrer que não deixasse ninguém indiferente.
O crime “quase perfeito” aconteceu a 23 de dezembro de 2016 - a dois dias do Natal - na casa onde residiam no Parque das Nações, em Lisboa, depois de um jantar de luxo no hotel Ritz, também na capital portuguesa.
De acordo com o Tribunal que em 2018 a condenou a 17 anos de cadeia por homicídio qualificado e a quatro anos e meio por um crime de incêndio ,Fernanda encenou tudo, tendo ficado provado que depois do namorado ter tomado comprimidos para dormir a docente espalhou 35 quilos de gelo seco no quarto, molhou-o com água e depois ateou fogo a dois locais distintos da cama.
O coletivo de juízes considerou provado que apesar de ter ouvido os gemidos de Hugo a tentar levantar-se da cama para fugir, Fernanda nada fez para o ajudar. Pegou na mochila do noivo onde estavam 2100 euros, na sua carteira, colocou uma peruca e fugiu apanhando um táxi para a sua casa em Vila Nova de Gaia.
E foi em Vila Nova de Gaia, no norte de Portugal, que Fernanda foi detida pela primeira vez. Depois de condenada passou pouco tempo na cadeia porque, em 2019, por ter havido um erro pouco significativo no acórdão condenatório de primeira instância, o Supremo Tribunal mandou libertá-la, tendo depois, em 2021, reconfirmado a condenação da professora a pena de 17 anos de prisão. Só que nessa altura Fernanda Baltasar já estava bem longe, em fuga “em parte incerta”, tendo sido emitido um mandato de detenção internacional para a sua captura.
LOCALIZADA E DETIDA EM CABO VERDE
Segundo a Policia Judiciaria Portuguesa, “após múltiplos contactos entre os serviços da Polícia Judiciária portuguesa e a Polícia Judiciária de Cabo Verde, veio a ser possível a localização da arguida naquele país e a sua detenção, mediante cumprimento de mandado de detenção internacional emitido pelas Autoridades Judiciárias portuguesas e cumprido pelos serviços da Polícia Judiciária de Cabo Verde".
Fernanda Baltasar, agora com 41 anos, continua detida em Cabo Verde, aguardando os trâmites legais para a sua extradição para Portugal onde deverá cumprir a restante pena de prisão a que foi condenada. A nota da PJ de Portugal não especifica o local em Cabo Verde onde a mulher foi detida. fonte:ondakriolu
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