Os portugueses podem entrar e sair quando querem de Cabo Verde
Opinião do Bispo e Cardeal Dom Arlindo Furtado sobre a possibilidade de jovens cabo-verdianos ficarem em Portugal depois da JMJ
“O MUNDO É PARA TODOS”
“O mundo é para todos e os cristãos sabem disso “- disse esta terça-feira o bispo Dom Arlindo Furtado à Radio Nova, garantindo que não ficará escandalizado se algum conterrâneo ficar em Lisboa após a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) :
"Não fico escandalizado se porventura acontecer um ou outro caso. Mas, à partida, eu confio na palavra dos jovens que se comprometeram a ir e a regressar, porque a jornada nunca foi tida, nunca foi apresentada, nunca foi promovida como forma de migração clandestina".
Apesar de nunca ter sido promovida como forma de imigração clandestina, o certo que é que mais de centena e meia ( quase 5 centenas de acordo com certas fontes ) dos 913 cabo-verdianos que foram a Lisboa para a JMJ saíram dos radares da organização, estando eles “em parte incerta”. De acordo com o bispo Dom Arlindo Furtado isto pode ser também efeito da falta de reciprocidade e de equidade na isenção de vistos para Portugal. Como ele mesmo disse :
“Os portugueses podem entrar e sair quando querem de Cabo Verde, mas os cabo-verdianos não têm essa mesma facilidade. Para alguns, por ventura, terá sido a única oportunidade de encontrar visto para tratar de saúde, para visitar o filho que está lá ou para visitar o tio que está doente e também a conhecer o mundo. Nós somos cidadãos do mundo, nós somos o cristão que Deus, pai de todos, criou o céu e a terra e criou um mundo para todos os seus filhos e filhas.”
O cardeal referiu que há coisas que devem ser melhoradas diplomática e politicamente, que a equidade, justiça e reciprocidade devem ser vistas porque fazem parte da relação humana
"Nós somos igualmente humanos, somos igualmente membros da mesma comunidade CPLP, somos falantes da mesma língua, uns têm certos privilégios e outros não têm. Esse problema não devia pôr-se e agora mesmo, nós cabo-verdianos, partindo de suspeições, de preconceitos, atacamos os nossos próprios concidadãos".
E PORTUGAL PODE ESTAR A CONTAR COM ELES...
"Eu estou convencido que Portugal está consciente de que alguns peregrinos da CPLP poderiam ficar e Portugal, se calhar, está a contar com alguns deles para terminar as tarefas porque precisa de imigrantes para ocupar certas faixas de trabalho", apontou ainda Dom Arlindo Furtado, ciente do desejo e das iniciativas das autoridades portuguesas em suprir a falta de mão-de-obra com o recrutamento de trabalhadores estrangeiros. fonte:ok
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