Novidades$show=404$type=carousel=hide$count=6

$hide=404$show=mobile$show=post

A praia das Putas Tristes - por Mário Loff

Talvez eu devesse ter voltado. Talvez pudesse ter mudado algo. Mas segui em frente, porque o peso do meu próprio destino já era insuportável.



A praia das Putas Tristes

A estrada serpenteava entre poeiras vetustas, como se cada curva fosse um fio de um tear avito, tecendo a lembrança dos passos esquecidos. Guardava segredos como cofres lacrados pela erosão do tempo, segredos de quem, em silêncio ou desespero, ali marcara o seu destino. Estava a caminho de Kodje Bitxu, um nome que mais parecia um suspiro sussurrado pelo vento e saído da boca dos animais bem comportados, carregado de enigmas. Diziam que lá se via o impossível, como se os limites do mundo se quebrassem naquele ponto remoto. Eram histórias tão assombrosas que nem os mais ousados sonhos dos homens as tocavam. O meu destino era uma incógnita, mas os meus passos eram resolutos, carregados de um propósito que eu mesmo ainda não compreendia.

Deixei Órion a pé, com apenas o peso das memórias dos lugares que abandonei e o vazio do futuro que me aguardava. Cruzei Menfelifiz, uma aldeia onde o ar se misturava com o odor pungente de especiarias e pólvora, testemunhas mudas de batalhas travadas e de histórias escritas a sangue, mas quando se vê pela parede se vê os nomes dos homens escritos nas paredes esburacadas pelas balas e tiros de canhões. Tudo isso me feriu muito, mas também sorri para aqueles homens de olhares enfurecidos que não precisavam de motivos para matar. Cada pedra carregava cicatrizes; cada olhar desconfiado refletia uma alma ferida. Ali, a guerra não era apenas memória; era presença viva, como um fantasma que se recusava a partir, mas se inspirava naquele odor para ficar e beber o vinho vermelho e a vida que se perde tão fácil e tao insignificante. 

Depois de dias sob o sol implacável, alcancei finalmente a fronteira da Argélia, onde a estrada parecia perder-se num horizonte incerto. Mais uma vez, continuei a minha jornada, impulsionado por uma força invisível. À minha frente, erguia-se uma ponte colossal, uma verdadeira maravilha que não era apenas uma ligação entre margens, mas um microcosmo fervilhante de vidas enredadas. A sua estrutura imponente parecia desafiar a gravidade, ao mesmo tempo que suportava o peso do mundo em miniatura que se movia sobre ela. Sob o calor abrasador, pessoas apressadas atravessavam-na, cada uma carregando não apenas mercadorias, mas também sussurros finíssimos entre eles, de boca a boca, bem silenciosas, contudo podia se ver e sentir que estavam impregnadas de desespero e esperança.

Havia vendedores de tudo — amuletos de proteção feitos às pressas contra feitiço das senhoras putas tristes, tecidos que dançavam ao vento, frutas podres cujo cheiro denunciava o desespero de quem as oferecia, e eles mesmo, com fome, vendia para debelar a própria fome que se denuncia nos olhos das crianças um afrente e outras atras nas costas e mais três rapazes com moscas a lamber o necessário seco nas narinas quase deitado na sua cara sob efeito de um país que resiste em cair, lá esta o cheiro de uma não inteirinho, quando cai uma criança cai um futuro por se revelar, um pouco a frente vi um velho idoso com uma carabina na mãos, percebi que o interior tomou os vícios da cidade e a cidade é só um inferno para a sua gente. 

Um homem, de olhar sombrio, segurava gaiolas improvisadas, dentro das quais pássaros vivos debatiam-se, as asas feridas pelo confinamento. O chilrear melancólico dos pássaros não era apenas som; era uma ressonância com o meu próprio coração, que também se sentia aprisionado, buscando liberdade em meio a um labirinto de incertezas.

Ali, na ponte que dividia o presente do desconhecido, percebi que não era apenas um viajante. Eu era também uma gaiola ambulante, um prisioneiro de fantasias e medos, caminhando numa busca cuja finalidade ainda me escapava.

No meio daquele caos efervescente, a memória da minha mãe emergiu como uma sombra intrépida, rasgando o véu do tempo. Vi-a de novo, tal como naquele dia que marcaria para sempre a minha existência. Os seus olhos marejados refletiam um oceano de dor, e as mãos, trêmulas como folhas ao vento, revelavam o peso insuportável da decisão. A sua voz, quebrada pela urgência e pelo desespero, reproduzia-se como uma prece aflita ou um panfleto desgovernado ao vento:

— Levem o meu menino. Levem-no para longe, para a terra dos brancos.

Ela olhava para todos os lados, como um animal encurralado, temendo a qualquer instante uma intervenção que frustrasse os seus planos. Finalmente, num gesto que parecia arrancar-lhe a alma, entregou-me ao senhor Fortunat, o meu pai, enquanto os seus lábios se entreabriram numa despedida que nunca fora pronunciada. Depois, desapareceu entre a poeira levantada pelo vento e a vergonha que pesava como uma pedra sobre os seus ombros curvados.

Naquele momento, a despedida não era mais que um turbilhão de confusão infantil, mas, com os anos, compreendi a vastidão do sacrifício que ela havia feito. Não foi apenas um adeus; foi o corte brutal das raízes que me prendiam à minha terra, à minha história.

Cresci longe, na Suíça, entre montanhas geladas que se erguiam como muros entre mim e o que eu fora. A neve caía incessantemente, cobrindo tudo com o seu manto branco e impessoal, como se quisesse apagar as marcas do passado. Mas, mesmo envolto nesse cenário de beleza fria, nunca senti que pertencia àquele lugar. A terra que deveria chamar minha não era mais que uma ressonância perdida, um sussurro abafado pela distância e pelo tempo.

Enquanto essas reflexões me dominavam, fui arrancado ao fluxo das memórias por vozes femininas que cortaram o ar:

— Homem mulato, vem cá!

A princípio hesitei, mas a curiosidade falou mais alto, e aproximei-me com passos cautelosos. Diante de mim, três mulheres aguardavam, com olhares curiosos que pareciam decifrar-me antes mesmo de eu falar. Havia nos seus rostos sorrisos que carregavam segredos e histórias não contadas, como as ondas que escondem os mistérios do mar profundo.

A mais velha tomou a iniciativa, com uma voz firme que parecia cheia de sabedoria acumulada:

— Não és de cá, pois não?

— Não, não sou.

— E de onde vens?

— De muito longe. De um lugar que talvez nunca tenham ouvido falar.

As perguntas sucederam-se com naturalidade, como peças de um quebra-cabeças que elas tentavam montar:

— Angola?

— Não.

— Moçambique?

— Também não.

— Gana?

— Não. Sou de Cabo Verde.

O nome soou como um trovão abafado por um mar distante, despertando nelas um breve silêncio, talvez de contemplação ou de estranheza. Aquele pequeno arquipélago perdido no Atlântico, com as suas ilhas moldadas pelo fogo e pelo sal, parecia-lhes tão distante quanto as estrelas. Mas, ao pronunciá-lo, senti algo despertar em mim, como se, por um instante, eu também estivesse mais próximo das minhas origens, mesmo tão longe delas.

O nome que eu dissera pareceu-lhes estranho, quase fictício, como se eu tivesse inventado um lugar retirado de um conto ou de uma lenda. As três mulheres trocaram olhares intrigados, mas a mais velha persistiu:

— Onde fica isso?

Sorri, como quem carrega um segredo interior que não se pode traduzir por inteiro em palavras, e respondi com simplicidade:

— Aqui.

O silêncio que se seguiu foi preenchido por expressões de perplexidade. Elas olharam ao redor, buscando uma resposta na paisagem árida que as rodeava.

— Aqui? Na Mauritânia? — insistiram, incapazes de compreender.

— Sim, aqui — reafirmei, no continente. — Mas só o verde dos jardins do palácio guarda o nome do teu país.

Enquanto falava, senti um gosto amargo a invadir-me a boca, como as palavras que um dia ouvi dos meus pais: "Sai de Cabo Verde, porque ali, à direita e à esquerda, só há atraso, muito pouco verde." Aquelas palavras ainda pesavam sobre mim como uma condenação, mas sabia que eram ditas na esperança de que eu tivesse uma vida melhor, longe do chão que eles amavam, mas que também os aprisionava. Cabo Verde era uma terra de saudades, mas também de dores, um lugar onde o coração aprendia a bater em contradições.

A mais jovem, talvez inocente na sua curiosidade, fez outra pergunta, com os braços abertos como se pudesse medir a imensidão:

— Cabo Verde é grande?

Sorri novamente, mas desta vez com um toque de melancolia nos lábios, e respondi:

— Maior do que podes imaginar.

Ela riu, pensando que era uma brincadeira, mas a mais velha interveio, desafiando-me com os olhos:

— Mostra-nos.

Apontei na direção do horizonte, onde o calor fazia o ar tremular como um véu dançante.

— Vêem aquela praia?

A mais jovem hesitou antes de responder, com um certo ar de desconforto:

— A Praia das Putas Tristes?

— Sim — disse eu, com um leve aceno de cabeça. — O meu país é maior, porque as suas ilhas abraçam o mar.

Elas pareceram confusas, mas continuei deixando a poesia das minhas raízes falar mais alto:

— E o nosso mar é vasto, infinito. É nele que habitam os nossos sonhos, mesmo quando as nossas terras são pequenas.

Por um momento, os seus olhares encontraram os meus, e senti que, de algum modo, haviam compreendido. Cabo Verde não era apenas um lugar no mapa; era um sentimento, uma força invisível que transcendia as fronteiras físicas.

— E como se chama esse mar? — perguntou a mais jovem, com uma curiosidade genuína.

Pensei por um instante, tentando traduzir em palavras algo que na minha terra sempre foi sentido, nunca nomeado por inteiro.

— Tem nomes, muitos nomes — respondi, com um sorriso de canto. — Mas não os sei de cor.

A resposta arrancou uma risada inesperada de uma delas, uma provocação que tentou parecer leve, mas escondia algo mais.

— Lá na tua terra, as pessoas não sabem os nomes das coisas?

Devolvi-lhe o sorriso, sem me deixar abalar:

— Sabemos o que importa. Mas nem tudo se aprende de uma vez.

As suas expressões mudaram; o riso desapareceu, substituído por uma gravidade que parecia pesar-lhes nos rostos. A mais velha inclinou-se ligeiramente para a frente, como se quisesse avaliar a seriedade da minha próxima resposta.

— Como tratam as mulheres separadas no teu país?

— Dividem os bens. Às vezes, ficam com tudo. E aqui?

Ela soltou um suspiro que era metade ironia, metade resignação.

— Aqui casamos e separamos rapidamente. Depois, juntamo-nos no mercado das mulheres divorciadas.

A crueza da expressão fez-me hesitar. O que seria esse "mercado"? Antes que eu pudesse perguntar, uma delas, de olhar intenso, lançou outra questão de forma inesperada:

— E tu? Não queres casar?

Sacudi a cabeça, com um riso breve e um gesto que indicava o horizonte.

— Não. Tenho uma longa viagem pela frente.

A resposta pareceu dececioná-las. Mas então, uma delas, a mais jovem, ergueu os olhos com súplica, a voz tão baixa quanto um murmúrio:

— Leva-nos contigo. Lembrei de quando a minha mãe me entregou ao meu pai, doeu muito e nela vi o desespero nos seus olhos. 

A surpresa fez-me recuar um pouco. Olhei-as com mais atenção, tentando decifrar a razão daquele pedido tão súbito.

— Porquê? Não parecem felizes aqui.

Houve um silêncio breve, mas pesado, antes que ela finalmente dissesse:

— Porque em setembro ele volta.

A frase caiu como uma pedra, carregada de algo que não fora dito.

— Quem volta? — perguntei, sentindo a tensão nos seus olhares.

Foi a mais jovem quem respondeu, a voz embargada de medo:

— O dono destas terras.

Aquelas palavras mudaram tudo. Pela primeira vez, vi nelas uma transformação inquietante. Apesar de jovens, os seus corpos já carregavam o fardo da sobrevivência. Seus olhos, que deveriam brilhar com devaneios e esperanças, estavam opacos, cansados demais para a idade que aparentavam.

— Há quanto tempo estás aqui? — perguntei, fixando o olhar na mais velha.

— Seis anos. O irmão do meu marido trouxe-me para cá.

Havia algo de trágico na naturalidade com que falavam. Não havia drama nas suas palavras, apenas a aceitação de uma realidade cruel que parecia inescapável.

— Como sobrevivem? — arrisquei, mesmo temendo a resposta.

Foi a mais séria delas que falou, com uma voz vazia, sem emoção, como se contasse um fato banal:

— À noite, vendemo-nos na Praia das Putas Tristes.

As palavras cortaram o ar como uma lâmina. Havia nelas uma dureza que parecia desafiar qualquer pena, qualquer julgamento. Fiquei em silêncio, sentindo que, por mais que tentasse, nunca poderia compreender completamente a dimensão daquelas vidas.

O nome da praia ressoava em mim como um ruído distante e inquietante. Não pude deixar de perguntar:

— Porquê esse nome?

A mais velha ajeitou o lenço que cobria a cabeça, como se tentasse encontrar as palavras certas para contar uma verdade que nunca deixara de doer.

— Uma mulher, um dia, tentou agradar ao marido dançando para ele, depois de anos de casado e respeito. Mas ele não entendeu, por ser muito religioso. Chamou-lhe puta e espalhou a vergonha.

Houve um instante de silêncio pesado antes que ela continuasse, cada palavra mais afiada que a anterior:

— A mulher foi renegada por todos, até pelos filhos. Um dia, entrou no mar e nunca mais voltou. Desde então, a praia ficou com esse nome. As mulheres vêm aqui à noite, talvez em busca do mesmo esquecimento.

Fiquei imóvel, sentindo o peso das suas histórias a esmagar-me o peito. A dor alheia tinha se tornado uma presença tão palpável que parecia espreitar até das sombras ao nosso redor. Aquelas mulheres não eram apenas personagens de um conto cruel; eram sobreviventes de um ciclo de miséria e silêncio.

Respirei fundo, mas o ar parecia denso demais para preencher os pulmões.

— Tenho de partir — disse, a voz embargada, como se a despedida carregasse um peso maior do que eu esperava suportar. — Mas quero que fiquem com isto. É um símbolo do meu país.

Do bolso, retirei um pequeno colar de missangas verdes, simples, mas cheio de significado. Era uma relíquia que eu carregava desde a infância, um vestígio da terra que ainda me chamava em sonhos. A mulher mais velha segurou o objeto com cuidado, como se fosse algo precioso demais para ser tocado.

Os seus olhos, até então endurecidos pela vida, brilharam por um instante.

— Quando descobrires onde fica Cabo Verde, estarei lá à tua espera — acrescentei, deixando nas palavras uma promessa que não sabia se poderia cumprir.

Afastei-me sem olhar para trás, cada passo mais pesado do que o anterior. O caminho era longo, e Kodje Bitxu continuava à minha frente, como um enigma a ser desvendado. Mas, por mais que eu tentasse focar no destino, algo em mim sabia que aquele lugar, aquelas vozes, me perseguiriam para sempre.

Ao chegar ao horizonte, onde a ponte desaparecia na poeira, o som das ondas da Praia das Putas Tristes ainda reverberava nos meus ouvidos. Olhei para o céu, como se procurasse respostas nas estrelas, mas apenas senti o vazio.

Foi então que o grito rompeu a noite, agudo e desesperado, como uma lâmina rasgando a escuridão. Parei, o coração a pulsar frenético, e olhei para trás. A distância fazia as figuras parecerem sombras indistintas, mas eu sabia. Sabia que algo acontecera.

Talvez eu devesse ter voltado. Talvez pudesse ter mudado algo. Mas segui em frente, porque o peso do meu próprio destino já era insuportável.

No fundo, sabia que, para aquelas mulheres, o meu colar era apenas mais uma migalha de esperança. Um objeto perdido entre tantas promessas quebradas.

E assim, enquanto o vento soprava as areias da estrada, senti que carregava comigo não apenas o meu passado, mas a mágoa de um lugar que não era meu, mas que agora vivia em mim. A cada passo, a raiva crescia — raiva de um mundo que permitia que praias ganhassem nomes como aquele, de homens que viravam monstros, de histórias que não tinham finais felizes.

Kodje Bitxu podia esperar. Antes de chegar ao impossível, eu precisava encontrar o meu próprio rosto entre as máscaras que carregava. Mas sabia que, mesmo que o destino me aguardasse de braços abertos, aquelas vozes nunca me deixariam.

E, pela primeira vez, percebi que o esquecimento era um privilégio negado a muitos.

COMMENTS

Pub

Populares$show=404

Formulário de Contacto

Nome

Email *

Mensagem *

Nome

2MUCH,12,6 crianças na Tarrafal,9,Abraão Vicente,37,Adê,4,Aderito Depina,5,Africa,1,album,88,Alex Evora,27,Alicia Pereira,7,Alsis Dende,20,amadeu oliveira,33,Amílcar Cabral,8,Amoransa,16,anedotas,20,Angela,6,Anilton Levy,104,Anny,5,Apollo G,73,apolo sc,8,Arielson,6,Aristide Gaspar,5,Arte,7,artistasCV,18,Ashley,8,August Silva,26,Aventuras di Bubacar,8,Badoxa,14,Basket,25,Batchart,12,batuku,120,Beleza,59,Betinho,28,beto alves,8,Beto Dias,56,Beto Duarte,12,BigZ Patronato,85,Biografia,209,Black G,25,Blacka,27,BossAC,4,Boy Game,29,Breve,15,Bruce Semedo,12,Bruno Rodriguez,6,Buguin Martins,26,c.james,24,cabelo,27,Cadillac Ali,8,Calema,10,Carlos Andrade,10,carros,3,Carter MC,10,casa do lider,64,caso Davidson,6,Cesar Sanches,12,Cesaria Evora,14,Cesf,67,ceuzany,16,Charbel,23,Chrislainy Lopes,28,chuva,14,cileiza barros,15,cleiton,3,comedia,287,contos,98,covid-19,332,CRASDT,8,Cremilda Medina,16,Cultiva,15,curiosidade,683,CV,1,CVMA,49,CvTep,28,dança,40,Danilson Pires,9,David Brazao,9,Deejay R_One,12,deibby,7,delta ramantxadas,12,Denis Graças,11,Dentu Moda,17,Desaparecimento,104,Desporto,398,Detroit Kabuverdiano,8,dev,1,Devil K,13,DG One,15,diabona,17,Dibaz MOB,15,Dicas,92,Dicla,43,Dino D'Santiago,23,Divas Paris,6,Dj Kelven,9,Djam Neguin,40,Djedje,9,Djeison Lumi,21,djodje,149,Djy Indiferente,75,DNOS,9,documentário,2,Du Marthaz,25,Duelo de Artista,1,Dynamo,56,Economia,4,Eddu,24,Edwin,5,Elias Kailan,5,Elida Almeida,72,Elji Beatskilla,42,Elly Paris,35,Eloisa,5,Eminem,5,emprego,3,Entrevista,167,Erros nos manuais,7,EtelLopes,28,evelise carvalho,4,Evento,461,Expavi,11,FattúDjakité,13,Ferro Gaita,15,Fidjos Di Belo Freire,14,fidju di nhu Santu Amaru,5,fil g kamporta,40,FlowPezoD,7,Fofoca,364,França,124,Fred G-HarT,8,Fredked SamBriu,11,freirianas guerreiras,15,Fugi Regra,15,Funana,553,Futebol,106,Ga daLomba,23,Gabriela Évora,5,Gamboa,1,garry,83,Gaucho do Bem,52,Ghetto Stars,5,Gil Semedo,32,gilson furtado,14,giovani rodrigues,42,Grace evora,15,Gracelino Barbosa,21,Gylito,5,Heavy H,5,Helio Batalha,76,Hilário Silva,17,Hip Hop,1479,info,3,internacional,220,intimo,14,Isah,14,IUcv,5,IvanAlmeida,2,Ja Diva,23,Jacky,9,Jailson,25,JamesTC,5,Jassy Correia,10,Jay,60,JCF,20,jennifer dias,19,Jéssica Pellegrini,7,Jimmy,7,Jm Caps,5,JoaoBranco,3,Joaquim,1,Jorge Neto,30,Josslyn,62,Judepina,5,JuntosMusica,52,kady,9,Kaka D'Lidia,10,Keyla,26,Kiddye Bonz,24,kizomba,449,KMA,7,Komikus Tarrafal,25,Kruvela Jr,10,lavinia,16,Lavvy,22,lejemea,59,Lenira Querido,7,Leny,3,Léo Pereira,57,letras,32,Leydy,10,Lippe Monteiro,20,Lisandro,20,Lista10,6,Loony Johnson,48,Loose Jr,7,Loreta kba,68,Lura,20,Maicam Monteiro,38,Mannó,4,maria silva,3,Mario Loff,120,Mario Lucio,22,Marito,11,Mauro Barros,4,Mayra Andrade,20,Mc Acondize,19,mc distranka,12,Mc Katxupa,19,mc panki,28,mc prego,133,Mc Tranka Fulha,137,Mellanie Tavares,5,Menina Allycia,4,Mentis Kriolu,4,Meteo,1,Miguel Andrade,32,Mika Mendes,20,Miny blaa,16,Miss,40,mister cabo verde,5,Mister MC,5,Mito Kaskas,37,MituMonteiro,4,moda,141,MonteTxota,31,Morena Santana,14,Mota Jr,33,Mr. Carly,5,Mudjeris di Bom Sperança,17,Mural Valete,18,musica,4906,Myriiam,12,N.I.Abensuod,4,Nair Semedo,4,Nandorex,7,Naytchy MG,10,ne jah,47,Nelson Freitas,50,Nelson Junior,3,Neuza,31,Neyna,58,Nikess,5,Nissah Barbosa,14,Nittó Destiny,12,Nitto Love,7,Nuno do Guettoh,10,opinião,2474,OsmarBrito,1,Papa Rocha,4,PCC,15,pentiados,6,Platão Borges,18,pnd,3,Poema,244,policia,63,Politica,425,Populares da Semana,2,Princezito,39,Projota,18,Promo,78,Puto G,10,Quemé,11,racismo,8,Radio,1,Rahiz,50,Rapaz 100 Juiz,46,Ravidson,4,Ray G Corvo,10,Receitas,12,Ricky Boy,31,RimAsom,9,rip bela,4,Ritchaz,9,Romeu Di Lurdis,45,Rony Cirilo,8,Ruben Lobo,2,Ruben Teixeira,28,ruddy boy,9,Rui,35,Ruth Furtado,4,salamita,10,Samora,3,Sandrine,4,sandro monteiro,14,Santa de volta,11,Sara Andrade,9,Sara Tavares,10,saude,61,SCV,18,sebah,84,Selson Batalha,6,Sem Pressa,36,Sem Truques,7,ShadeB,21,SiBi,19,sociedade,3237,solidariedade,134,Som di Terra,3,sondagem,2,soraia ramos,84,Sos Mucci,51,StevenR,5,Su Boss,9,Surf,9,Sussu MT,7,Suzanna Lubrano,24,TACV,53,Tarrafal,256,Taylor Moikano,5,Teatro,15,Tec,11,Tecnologia,17,Thairo Kosta,28,The Profit,40,Tikai,46,Tinho Star,10,TitoParis,2,Tixa,22,To Semedo,22,Tony di Frank,19,Tony Fika,65,Tony Mamaidoka,13,toru,29,Totoloto,6,Trakinuz,32,turismo,6,Ultimas gotas,9,Vado Más Ki Ás,39,VanessaFurtado,8,vania,5,VannyReis,1,VBG,29,video,8404,Viral VDM,79,Wade Silvino,6,Will.G,5,WillG Loko,13,Willy Semedo,62,Wilson e Zidane,1,Wise Henrick,43,xaioi,4,Yara dos Santos,21,Young Problema,11,Za Preta,7,Ze Badiu,17,Zé Carlos,5,ze espanhol,86,Ze pikenu,10,Zé Spritu Guerrero,2,Zubikilla,3,
ltr
item
Dexam Sabi Cabo Verde: A praia das Putas Tristes - por Mário Loff
A praia das Putas Tristes - por Mário Loff
Talvez eu devesse ter voltado. Talvez pudesse ter mudado algo. Mas segui em frente, porque o peso do meu próprio destino já era insuportável.
https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRaXerMZ_-mhyFf1qfeu8DC72JoXlEd_4-zeOvrPNxEMWOGLfzk7nb1v2WP9qnwsDR0xmcmAilQAzgdHUkY8Z2Yc29OQz8PtL5H7k33uI9BfYAyOfVhvHnj8cFIgprxGOlVUIp0Pa9otjg1aeMdJeTr5-LvOScXLJWy_UrDDwTl8_sZobUwUmTU9DDmkBD=w400-h199
https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiRaXerMZ_-mhyFf1qfeu8DC72JoXlEd_4-zeOvrPNxEMWOGLfzk7nb1v2WP9qnwsDR0xmcmAilQAzgdHUkY8Z2Yc29OQz8PtL5H7k33uI9BfYAyOfVhvHnj8cFIgprxGOlVUIp0Pa9otjg1aeMdJeTr5-LvOScXLJWy_UrDDwTl8_sZobUwUmTU9DDmkBD=s72-w400-c-h199
Dexam Sabi Cabo Verde
https://www.dexamsabi.com/2024/12/a-praia-das-putas-tristes-por-mario-loff.html
https://www.dexamsabi.com/
https://www.dexamsabi.com/
https://www.dexamsabi.com/2024/12/a-praia-das-putas-tristes-por-mario-loff.html
true
777634241572887542
UTF-8
Loaded All Posts Not found any posts VEJA TODOS Ler Mais Reply Cancel reply Delete By Home PAGES POSTS View All RECOMMENDED FOR YOU LAB ARCHIVE SEARCH ALL POSTS Not found any post match with your request Back Home Sunday Monday Tuesday Wednesday Thursday Friday Saturday Sun Mon Tue Wed Thu Fri Sat January February March April May June July August September October November December Jan Feb Mar Apr May Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec just now 1 minute ago $$1$$ minutes ago 1 hour ago $$1$$ hours ago Yesterday $$1$$ days ago $$1$$ weeks ago more than 5 weeks ago Followers Follow THIS PREMIUM CONTENT IS LOCKED STEP 1: Share to a social network STEP 2: Click the link on your social network Copy All Code Select All Code All codes were copied to your clipboard Can not copy the codes / texts, please press [CTRL]+[C] (or CMD+C with Mac) to copy Table of Content