"Minha Saúde e a do Meu Bebê Estão em Risco": Jovem Grávida Denuncia
Grávidas em Risco: Atrasos nas Análises no Hospital Agostinho Neto Geram Indignação
A saúde pública é um direito fundamental, mas quando esse direito é negligenciado, vidas podem estar em perigo. Essa é a realidade enfrentada por muitas gestantes em Cabo Verde, conforme relatado por uma jovem grávida, que prefere manter o anonimato, através da página Dexam Sabi. Sua experiência expõe sérias falhas no acompanhamento pré-natal oferecido pelo Hospital Agostinho Neto.
O Relato Alarmante
A jovem, atualmente com 24 semanas de gestação, compartilhou sua indignação com os prazos absurdamente longos para realização e entrega de exames laboratoriais. Após marcar suas análises no hospital em 8 de agosto, a data para realização foi agendada apenas para 14 de outubro — dois meses depois. O mais chocante é que, até hoje, 9 de dezembro, ela ainda não recebeu os resultados.
De acordo com um funcionário do hospital, os resultados das análises atualmente estão sendo entregues somente três meses após a realização. Tal prática compromete o acompanhamento essencial durante a gestação, colocando em risco a vida de mães e bebês.
O Papel Crucial dos Exames Pré-Natais
Durante a gravidez, exames laboratoriais são indispensáveis para avaliar a saúde da mãe e do bebê. São analisados fatores como anemia, infecções, níveis de glicose, e condições como diabetes gestacional, que podem ter consequências graves se não tratadas a tempo. Além disso, exames de urina ajudam a detectar infecções urinárias, que, se não tratadas, podem causar complicações graves.
A falta de acesso oportuno a esses exames impede o diagnóstico precoce de problemas de saúde e pode levar a tragédias evitáveis, como a perda de bebês ou até mesmo de mães. Casos de diabetes gestacional, por exemplo, podem ser fatais sem acompanhamento adequado.
A Desigualdade no Acesso à Saúde
Com os atrasos no sistema público, muitas grávidas são obrigadas a recorrer a clínicas privadas, onde exames custam entre 20 a 30 mil escudos. Esse custo é inacessível para muitas famílias, criando uma situação de desigualdade no acesso à saúde. Enquanto algumas conseguem pagar para garantir a segurança de suas gestações, outras ficam desassistidas, enfrentando riscos desnecessários.
O Que Pode Ser Feito?
É essencial que medidas urgentes sejam tomadas para resolver essa situação crítica. Entre as possíveis soluções, destacam-se:
Priorização de gestantes no sistema de saúde pública: Análises pré-natais devem ser tratadas como urgência.
Investimento em recursos humanos e infraestrutura: A contratação de mais profissionais e a modernização dos laboratórios podem reduzir os atrasos.
Revisão de protocolos: Garantir que exames essenciais sejam realizados e entregues em tempo hábil é fundamental para prevenir complicações graves.
Monitoramento e fiscalização: As autoridades competentes devem supervisionar o funcionamento dos serviços de saúde e garantir o cumprimento de prazos.
Um Apelo às Autoridades
A saúde materna deve ser uma prioridade absoluta. Este caso não é isolado, mas representa a experiência de muitas grávidas que enfrentam dificuldades no acesso a um acompanhamento de qualidade. Pedimos que as autoridades de saúde em Cabo Verde tomem medidas urgentes para corrigir essas falhas e assegurar que nenhuma mãe ou bebê seja negligenciado.
A saúde pública não pode ser uma questão de sorte ou de condição financeira. É hora de agir, antes que mais vidas sejam perdidas.
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