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O Último Natal de Lém de Baixo - por Mário Loff

A madeira da cadeira rangeu quando Simplício se inclinou ligeiramente para a frente, os olhos fixos no padrão do balaio que ia ganhando forma...



 O Último Natal de Lém de Baixo

A rua, ainda vestida de palha seca do milho recém-descascado, parecia suspirar as ressonâncias de um tempo parado, como se cada folha fosse um sussurro da terra a lembrar os dias de abundância. Os bidões, imóveis num canto do parapeito, pareciam esperar pacientemente por um compromisso que nunca se cumpria. Ao longe, as montanhas, despojadas de verde, ostentavam a nudez seca de dezembro, e apenas algumas cordas de feijão teimavam em desafiar o destino, sobreviventes obstinadas da última chuva que beijara o solo em outubro.

Lém de Baixo era uma aldeia interrompida no tempo, uma pintura de tons desbotados pela passagem dos anos e pelo abandono. Com apenas dezanove habitantes desde a morte de Gumercinda, a pequena comunidade vivia numa quietude quase fantástico. Naqueles dias as noites eram pontuadas por pequenas luzes de Natal que piscavam ao longe, como um último gemido de espera, um rumor tímido de que algo ainda resistia.

Foi nesse cenário que, ao amanhecer, o passarinho chegou. A sua presença não era novidade, mas o peso que trazia era inconfundível. O cântico da ave, insistente e melódico, era um presságio que os poucos sobreviventes conheciam bem. Naquele som, havia algo de outro mundo, como se a ave fosse uma mensageira entre o aparente e o escondido, entre o que era e o que poderia ser. Cada nota parecia inclinar o tempo, cobrindo o ar com uma expectativa que se misturava com a poeira e o vento.

Sentado na sua velha cadeira de madeira, Simplício, agora com setenta anos, dedicava-se aos últimos balaios. As suas mãos calejadas teciam com precisão, mas o olhar estava distante, perdido num horizonte impercetível que só ele parecia enxergar. O som do pássaro penetrava-lhe a alma como uma faca afiada, cortando camadas de memória e medo penetrava-lhe sem pedir licença. Ele sabia o que significava. Sabia desde sempre. Murmurou para si mesmo:

— Chegou a minha vez… ou talvez apenas mais um aviso. Quem pode saber ao certo? — disse, num tom baixo, quase inaudível, como se as palavras fossem um segredo partilhado apenas com o vento e a ave.

A madeira da cadeira rangeu quando Simplício se inclinou ligeiramente para a frente, os olhos fixos no padrão do balaio que ia ganhando forma sob as suas mãos. Era uma tarefa que fizera milhares de vezes, mas naquela manhã, cada movimento parecia carregado de um simbolismo que ele não podia ignorar.

— Sou o mais velho da comunidade. Este cântico deve ser para mim.

A madeira da cadeira rangeu quando Simplício se inclinou ligeiramente para a frente, os olhos fixos no padrão do balaio que ia ganhando forma sob as suas mãos. Era uma tarefa que fizera milhares de vezes, mas naquela manhã, cada movimento parecia carregado de um simbolismo que ele não podia ignorar.

A sua esposa, ouvindo-o, apareceu à porta. Com as mãos cruzadas no avental, olhou o marido com preocupação.

— Simplício, não será a tua hora? — perguntou, com uma voz que oscilava entre a preocupação e o desespero contido.

Ele hesitou. Não levantou o olhar, continuou a focar-se no balaio.

— Talvez seja. Mas… quem sabe? — respondeu, num tom abafado.

O neto, que brincava no canto da casa, aproximou-se com a inocência de quem ainda não entende os mistérios da vida e da morte.

— Avô, o passarinho canta para ti? Vais partir? — perguntou, com os olhos cheios de lágrimas prestes a cair.

A mãe do rapaz puxou-o para junto de si, tapando-lhe a boca suavemente.

— Fica quieto, meu filho. — disse, enquanto lançava um olhar de repreensão misturado com tristeza.

A melodia do pássaro tornou-se mais intensa, quase como um convite ao desconhecido, reverberando através do ar denso como se carregasse consigo um segredo antigo. Simplício, com os dedos manchados pela terra do seu trabalho, terminou o balaio com um suspiro comprido e exausto, olhando vagarosamente para as casas vizinhas. De cada uma, surgiam mãos pálidas que, com um gesto mecânico e silencioso, colocavam panos pretos nos parapeitos, obedecendo à tradição de luto da aldeia, que se perpetuava como um ciclo imutável.

-Querem me matar antes do termino do canto do passarinho. Murmurou dentro dele mesmo. Quando viu que os pano no parapeito era o anuncio e perceção da sua morte já anunciada pelos vizinhos, sabendo do canto que espalhava pela aldeia.

A aldeia inteira parecia flutuar num silêncio que não era quebrado, exceto pelo canto fúnebre do pássaro que vinha do alto da árvore centenária. Era o presságio do fim, o último lembrete do que estava por vir. Porém, no momento em que Simplício se preparava para se retirar, um redemoinho de vento bruto se fez e aconteceu que todos os panos e roupas nas ruas fora levada pelo temporal evento brutos.

Algo inesperado ocorreu, algo que desafiava toda a lógica das tradições e dos costumes que a aldeia vivia. Então com aquele acontecido o pássaro, ao invés de se calar como sempre fizera após anunciar a morte iminente, continuou a cantar. E o cântico não era sombrio, não carregava a carga de tristeza e perda com a que todos estavam tão familiarizados, as pessoas se sentiam assutadas e aquele sentimento entrou no pássaro e mudou o cântico. Não, desta vez a melodia tinha algo de diferente, algo que ultrapassou o lamento. Era vibrante, plena de uma energia indomável, como uma canção cheia de esperança que repetia nas profundezas da terra e nas estrelas. Foram-se as roupas pretas e os panos brancos nos parapeitos e os anúncios da morte.

Simplício, instintivamente, ergueu-se lentamente, o peso da incerteza comprimindo-lhe o peito, enquanto seu olhar se fixava nas notas que pareciam flutuar no ar, tangíveis e quase visíveis, como se o próprio vento carregasse uma promessa. O coração dele, confuso, balançava entre o medo e a curiosidade, entre o desejo de entender e o temor de que fosse algo além daquilo que sua razão poderia processar. O pássaro, com seus olhos de ébano, olhava fixamente para ele, como se convidasse a uma jornada que transcenderia os limites da morte e da vida. Algo estava prestes a mudar, mas ninguém sabia ao certo o quê.

— Afinal… que queres de nós? — perguntou Simplício, a voz rouca pela mistura de receio e cansaço, enquanto seus olhos, fixos no pequeno animal, buscavam respostas que sua alma já desconfiava, mas que se recusava a aceitar. O pássaro, com suas penas reluzentes, aproximava-se da porta da sua casa como um mensageiro vindo de terras distantes, de tempos antiquíssimos.

O neto, como se tocado por um impulso divino, libertou-se do abraço protetor da avó e correu na direção do pássaro. A criança, que mais parecia uma chama viva de curiosidade e pureza, tocou nas penas coloridas com uma coragem inesperada, como se sentisse que o momento estava prestes a mudar algo profundamente dentro de si. E foi então, num suspiro que parecia arrancado de uma era distante, que o passarinho falou. Não era um simples piar, mas uma voz clara, envolta em mistério, que parecia repercutir-se dos íntimos do tempo, como se o próprio vento, as montanhas e o rio guardassem o segredo das palavras que estavam prestes a ser ditas.

— Hoje não venho buscar ninguém — disse o pássaro, com uma entoação harmoniosa que hipnotizou todos os presentes, como se cada sílaba fosse um feitiço lançado sobre a aldeia. — Hoje trago-vos uma história para contar.

Aquelas palavras, como um sussurro, tomaram conta de todos. O som daquelas palavras reverberou nas paredes das casas, nos corações das pessoas. Uma história. Algo inesperado, algo que transcendia os habituais rituais de luto e despedida. Os vizinhos, em passos silenciosos, começaram a sair das suas casas, atraídos pelo fenômeno, pela magia que se fazia presente. Formaram um círculo em torno do pássaro, que, inabalável, continuava a sua fala encantada.

— Esta aldeia perdeu muito, mas ainda guarda algo precioso: a união. Este Natal será diferente. Trago-vos uma missão: há uma criança aqui que merece um presente especial.

As palavras do pássaro caíram como uma tempestade de revelações nas mentes perplexas daquelas pessoas de pensamento antigos. Todos se entreolharam, confusos, como se a própria realidade estivesse se desfazendo diante de seus olhos. O que estava acontecendo? Como poderia aquele pequeno ser, aparentemente insignificante, falar com tal gravidade? O pássaro pousou, com suavidade, no ombro do neto de Simplício, que estava em êxtase, os olhos arregalados de uma mistura de medo e maravilhamento.

— Pequeno, estás preparado para viajar? Vamos ao Kilimanjaro. O Pai Natal africano espera-te.

Aquelas palavras, por um momento, suspenderam o tempo. O ar tornou-se pesado e, por um breve segundo, ninguém respirou. O silêncio foi então rompido por exclamações de espanto, de incredulidade, mas também de uma emoção intensa, como se, no fundo, todos soubessem que algo grande estava prestes a acontecer. Simplício, que até então estivera calado, com os olhos fixos no pássaro e no neto, sorriu pela primeira vez em meses. Era um sorriso estranho, um sorriso que misturava o cansaço da vida com a leveza da esperança.

— O meu neto… viajará para conhecer o Pai Natal? — perguntou, quase incrédulo, como se aquela ideia fosse mais uma lembrança de um sonho distante do que uma realidade possível, mas que nunca aconteceu, e ficou somente o desejo, já muito antigo e velho demais para ser realizado.

— Sim. E ele levará consigo o espírito de Lém de Baixo, para lembrar ao mundo que mesmo nos lugares esquecidos há magia — respondeu o pássaro, com uma autoridade silenciosa que fazia tudo ao seu redor parecer mais distante e ao mesmo tempo mais próximo, como se o tempo e o espaço se tornassem irrelevantes diante da grandeza daquilo que estava sendo revelado.

O vento soprou novamente, mas desta vez não era o vento comum. Era um vento que trazia pactos, que murmurava contos antigos e que indicava, com sua leveza, que algo muito maior estava a caminho. E naquele instante, o mundo pareceu parar para ouvir.

A aldeia, que antes vivia mergulhada na tristeza, transformou-se numa celebração de alento, como se a própria terra tivesse absorvido a energia renovadora que o passarinho trouxera consigo. Durante o mês de dezembro, os moradores, com mãos calejadas de trabalho e corações aquecidos por um novo fervor, prepararam o neto de Simplício para a viagem. Cada gesto, cada palavra, cada sorriso parecia ter sido tocado por um feitiço antigo, um feitiço que renovava a alma de cada um. As casas, antes sombrias, agora estavam iluminadas por uma luz suave e acolhedora, refletindo o brilho das estrelas, como se o próprio Natal tivesse se antecipado à chegada do menino ao Kilimanjaro.

No dia de Natal, ao amanhecer, o passarinho, com suas penas timbradas, levou o pequeno através das montanhas, numa jornada mágica e cheia de enigma até ao Kilimanjaro. Durante a viagem, o mundo parecia desaparecer, como se o tempo tivesse se dobrado e as montanhas, os rios, e até o vento sussurrassem crónicas arcaicas. O menino não viajou apenas através da paisagem, mas também através do espaço e do tempo, tocando algo originário, algo que nunca mais poderia ser deslembrado.

Quando o menino voltou, após o Natal, ele trouxe consigo mais do que simples histórias. Trazia a sabedoria de um Pai Natal diferente, que não distribuía apenas presentes materiais, mas também ensinamentos profundos sobre coragem, união e fé. As palavras que ele proferiu eram como sementes lançadas ao vento, e em Lém de Baixo, essas sementes floresceram em árvores de esperança. A aldeia nunca mais foi a mesma. A dor, a perda e a tristeza deram lugar a risos, abraços e olhares esperançosos.

Mas e o pássaro? Esse ser que viera do além, com sua melodia hipnotizante? Continuou a visitar a aldeia, mas agora, sempre que cantava, era para anunciar algo novo e maravilhoso. Seu canto, antes o presságio da morte, transformou-se num hino de vida. Trazia consigo a promessa de que, mesmo nos momentos mais sombrios, sempre haveria algo de belo a se esperar. Cada vez que ele aparecia, algo de mágico acontecia, como se a própria aldeia fosse um reflexo de um mundo melhor, um mundo que se renovava a cada amanhecer.

Mas será que a aldeia, e o próprio mundo, estariam prontos para abraçar completamente essa mudança? O que mais poderia o pássaro trazer consigo? E o menino, agora mais sábio, mais corajoso, saberia preservar a magia que tanto lhe transformou? A jornada do Natal talvez não tenha sido apenas a do neto de Simplício, mas a de todos aqueles que aprenderam a acreditar novamente.

E com esse pensamento no ar, um silêncio misterioso pairou sobre Lém de Baixo, deixando no coração de cada morador uma pergunta não respondida: o que mais o Natal, com seus mistérios e suas bênçãos, teria a oferecer? contudo os últimos moradores levados pelo canto do pássaro tinha regressado para festejar só mais um natal.  

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