Esses jovens relataram que as substâncias são adquiridas via internet
O Uso de Estimulantes Sexuais Sem Prescrição Médica Entre Jovens Cabo-Verdianos: Um Alerta de Saúde
O crescente uso de estimulantes sexuais por jovens cabo-verdianos, sem orientação médica, tem despertado preocupações entre especialistas. Embora inicialmente desenvolvidos para tratar disfunções sexuais em homens adultos, essas substâncias estão sendo cada vez mais utilizadas por jovens, muitas vezes influenciados por fatores sociais e culturais.
A Prática Entre os Jovens
Uma investigação realizada pela Inforpress, na cidade da Praia, revelou que três jovens entre 22 e 25 anos admitiram utilizar estimulantes sexuais para melhorar o desempenho em festas e eventos noturnos. Além da busca por uma performance prolongada e pela capacidade de manter relações com múltiplas parceiras, outros fatores como curiosidade e influência de amigos foram apontados como motivadores.
Esses jovens relataram que as substâncias são adquiridas via internet, através de plataformas de comércio eletrônico, ou por meio de conhecidos que trazem os produtos do exterior. Contudo, o uso desses estimulantes não está isento de riscos. Alguns entrevistados mencionaram efeitos colaterais como náuseas, dores de cabeça, aumento da frequência cardíaca, ardência nos olhos e desconfortos genitais.
O Que Dizem os Especialistas
A sexóloga Sandra Perez alertou que o uso indiscriminado de estimulantes sexuais pode ser reflexo de problemas mais profundos, como baixa autoestima, insegurança e a busca por validação social. Segundo ela, a dependência psicológica é um dos riscos mais preocupantes, levando os jovens a acreditarem que não podem ter uma vida sexual satisfatória sem essas substâncias.
“Quando os jovens sentem necessidade de usar estimulantes para melhorar sua performance, é importante buscar orientação profissional para desenvolver uma vida sexual saudável e responsável”, afirmou Perez, destacando que a prática sem prescrição é perigosa e desnecessária para quem não sofre de condições patológicas.
O urologista Benvindo Lopes reforçou o alerta, explicando que esses medicamentos são projetados para tratar disfunções reais e que o uso inadequado pode trazer complicações graves. Ele enfatizou a importância de procurar especialistas para avaliar a necessidade real de uso e recomendou evitar produtos adquiridos fora das farmácias, devido ao risco de adulteração e dosagem inadequada.
Consequências e Recomendações
Entre os principais riscos do uso de estimulantes sexuais sem prescrição estão:
Dependência Psicológica e Física: Jovens podem se sentir incapazes de ter uma vida sexual satisfatória sem o uso das substâncias.
Riscos à Saúde: Produtos adquiridos de forma irregular podem conter doses perigosas ou substâncias adulteradas.
Impactos Sociais e Psicológicos: A pressão para atender expectativas irrealistas pode prejudicar a autoestima e o bem-estar dos jovens.
Os especialistas recomendam que qualquer jovem interessado no uso dessas substâncias procure orientação profissional antes de iniciar o consumo. Além disso, destacam a importância de uma educação sexual abrangente, que inclua temas como autoestima, comunicação e saúde reprodutiva.
Conclusão
O uso de estimulantes sexuais entre os jovens cabo-verdianos reflete uma questão que vai além da busca por performance sexual, envolvendo fatores sociais, emocionais e culturais. É essencial promover a conscientização sobre os riscos associados e incentivar práticas saudáveis e responsáveis para que os jovens possam desfrutar de uma vida sexual plena e segura.
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