Inicialmente, cinco pessoas, incluindo Cleto, foram levadas à esquadra como suspeitos.
Suspeito de assassinar irmão à pedrada entrega-se à Polícia Nacional em Santo Antão
O jovem Anacleto Ramos, mais conhecido por “Cleto”, principal suspeito de ter assassinado o próprio irmão, Paulino Ramos Monteiro, de 29 anos, na localidade de Fajã d’Barreira, em Santo Antão, entregou-se hoje, 30 de abril, à Polícia Nacional, após dois dias consecutivos de negativas quanto à autoria do crime. A informação foi confirmada pelo Chefe da Esquadra da Ribeira Grande, Adalberto Rodrigues, ao jornal Mindelinsite.
O crime, que chocou a pequena comunidade de Chã d’Pedras, ocorreu na madrugada de segunda-feira, 28 de abril. De acordo com o primo da vítima, Dy Ramos, Paulino teria sido empurrado por Cleto de um pequeno muro, após chegar a uma residência onde ambos dormiam. Em seguida, o suspeito teria usado uma pedra para esmagar a cabeça do irmão, num ato considerado brutal e inesperado.
“O mais estranho é que o Cleto estava sóbrio. Depois do crime, ele saiu com um amigo para outra casa, e quando o corpo foi encontrado, ele voltou ao local e negou ter ouvido qualquer barulho, alegando estar com escutas nos ouvidos”, contou Dy Ramos, visivelmente consternado. O mesmo afirma que o comportamento de Cleto após o homicídio deixou a todos perplexos. “Inclusive ajudou a transportar o corpo numa maca e no dia seguinte foi trabalhar como se nada tivesse acontecido. Chegou até a cobrir o sangue com terra.”
Inicialmente, cinco pessoas, incluindo Cleto, foram levadas à esquadra como suspeitos. Todos foram ouvidos e libertados. Porém, o caso deu uma reviravolta quando um dos amigos do grupo procurou o próprio pai e revelou ter testemunhado o assassinato, apontando Cleto como autor. A denúncia levou à re-detenção do jovem, que ainda assim continuava a negar os fatos. Somente na manhã desta terça-feira ele confessou o crime e entregou-se voluntariamente às autoridades.
Adalberto Rodrigues, chefe da Esquadra da PN na Ribeira Grande, confirmou a detenção de Cleto e explicou que o processo está a ser preparado para ser remetido ao Ministério Público. “Neste momento, ele está tranquilo. É uma pessoa que alegadamente cometeu um crime e que não pode fazer mais nada”, declarou.
O caso trouxe à tona tensões antigas entre os irmãos, que faziam parte de um grupo de amigos com histórico de desavenças e consumo excessivo de álcool. Segundo Rodrigues, Cleto provém de uma família frequentemente envolvida em conflitos e brigas, o que pode ter contribuído para a tragédia.
O corpo de Paulino Ramos Monteiro será submetido a autópsia antes de ser entregue à família para o funeral. Enquanto isso, a comunidade de Fajã d’Barreira permanece em estado de choque com a brutalidade do ocorrido. “Nunca imaginamos viver uma coisa dessas entre irmãos. É doloroso”, lamentou Dy Ramos. fonte:Mindelinsite
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