Video - Relatos de uma rapariga Nada Púdica, de Lolo Arziki, de 24 anos, conta a sua experiência em voz própria.
A posição é defendida por Lolo Arziki, cineasta cabo-verdiana, residente em Portugal, que fala, na primeira pessoa, dos problemas enfrentados como lésbica, em Cabo Verde.
"Quando eu era pequena, tinha o hábito de dormir com a mão dentro da cueca. Todos os dias, a meio da noite acordava com gritos de repressão de quem de mim cuidava, acabando por ficar de castigo.
Isto para dizer que quando somos Mulheres, dentro de um sistema educativo e cultural em Cabo Verde, aprendemos facilmente a censurar o nosso próprio corpo e a nossa essência feminina.
Eu dispo-me! Eu acaricio-me! Sinto o odor e o aroma da minha pele negra. Alguém proferiu que, por ter nascido Mulher, tenho de aprender Ave Maria. Mas o Homem esquece-se que a natureza não peca. Por isso permito-me sentir-me. E não me sinto pecadora ou culpada por isso!
Apenas sei o que a minha natureza deseja ser. Mas muito cedo aprendi a reprimir-me.
Quando, pela primeira vez, vi algo que fez recordar a minha primeira paixão de infância, e os primeiros sinais do meu corpo como identidade, senti repulsa. Passei a viver no meio da hipocrisia, normas e regras sociais e culturais a que me foram impostas.
Este é um espaço que nos condena, nos reprime, nos julga." - Texto que deu origem à vídeo-performance – Relatos de uma rapariga Nada Púdica
comenta
"Quando eu era pequena, tinha o hábito de dormir com a mão dentro da cueca. Todos os dias, a meio da noite acordava com gritos de repressão de quem de mim cuidava, acabando por ficar de castigo.
Isto para dizer que quando somos Mulheres, dentro de um sistema educativo e cultural em Cabo Verde, aprendemos facilmente a censurar o nosso próprio corpo e a nossa essência feminina.
Eu dispo-me! Eu acaricio-me! Sinto o odor e o aroma da minha pele negra. Alguém proferiu que, por ter nascido Mulher, tenho de aprender Ave Maria. Mas o Homem esquece-se que a natureza não peca. Por isso permito-me sentir-me. E não me sinto pecadora ou culpada por isso!
Apenas sei o que a minha natureza deseja ser. Mas muito cedo aprendi a reprimir-me.
Quando, pela primeira vez, vi algo que fez recordar a minha primeira paixão de infância, e os primeiros sinais do meu corpo como identidade, senti repulsa. Passei a viver no meio da hipocrisia, normas e regras sociais e culturais a que me foram impostas.
Este é um espaço que nos condena, nos reprime, nos julga." - Texto que deu origem à vídeo-performance – Relatos de uma rapariga Nada Púdica
comenta
COMMENTS