Nem os amigos europeus de Cabo Verde vão entender tal medida, nem os cabo-verdianos, que passam por enormes agruras para conseguir um visto para qualquer país europeu.
Palavras de Jose Maria Neves: "Prismas
Isenção de Vistos
Quando com as autoridades europeias e a rede de personalidades, universidades, partidos políticos, parlamentares e organizações da sociedade civil iniciamos a discussão da Parceria Especial Cabo Verde-União Europeia, a ideia central foi ultrapassar os limites da ajuda e galgar um novo patamar de relacionamento estribado numa verdadeira parceria e numa perspectiva win-win.
Para mim ficou muito claro, desde a hora zero, que a Parceria só faria sentido se Cabo Verde estivesse devidamente ancorado na CEDEAO. Aliás, a importância geoestratégica de Cabo Verde passa pela sua inserção ativa na região oeste africana. Esta é a pedra basilar do nosso relacionamento com a Europa e o Mundo.
Fiquei, pois, estupefacto quando ouvi que o Governo vai isentar unilateralmente os europeus de visto de entrada em Cabo Verde. Na minha humilde opinião, trata-se de uma medida absurda, que não faz nenhum sentido. Nem os Europeus, eventualmente apanhados de surpresa, entenderão esta medida.
A mobilidade de pessoas entre Cabo Verde e a União Europeia deve-se enquadrar na Parceria para a Mobilidade, que vinha sendo construída, com base na Parceria Especial. O objetivo era conseguir que empresários, escritores, músicos, jornalistas, etc tivessem facilidades de vistos e gradualmente ir alargando as mesmas facilidades a outros segmentos da sociedade até se atingir, a prazo, a livre circulação, com ganhos mútuos para a Europa e Cabo Verde, pois trata-se de uma Parceria.
Cabo Verde deveria, também, ir trabalhando outras parcerias, designadamente com os Estados Unidos e a Mercosul.
Salvo melhor opinião, não faz pois nenhum sentido a isenção unilateral de vistos aos cidadãos da União Europeia. Nem os amigos europeus de Cabo Verde vão entender tal medida, nem os cabo-verdianos, que passam por enormes agruras para conseguir um visto para qualquer país europeu.
Por outro lado, não podemos desprezar uma importantíssima fonte de receita, pode ser superior a 20 milhões de euros ano, e vai aumentando à medida que cresce o número de turistas, e depois ir pedir ajuda orçamental aos europeus ou perdão da dívida.
Medidas desta natureza requerem uma cuidada ponderação e um amplo consenso entre os partidos políticos e entre a sociedade política e a sociedade civil."
Isenção de Vistos
Quando com as autoridades europeias e a rede de personalidades, universidades, partidos políticos, parlamentares e organizações da sociedade civil iniciamos a discussão da Parceria Especial Cabo Verde-União Europeia, a ideia central foi ultrapassar os limites da ajuda e galgar um novo patamar de relacionamento estribado numa verdadeira parceria e numa perspectiva win-win.
Para mim ficou muito claro, desde a hora zero, que a Parceria só faria sentido se Cabo Verde estivesse devidamente ancorado na CEDEAO. Aliás, a importância geoestratégica de Cabo Verde passa pela sua inserção ativa na região oeste africana. Esta é a pedra basilar do nosso relacionamento com a Europa e o Mundo.
Fiquei, pois, estupefacto quando ouvi que o Governo vai isentar unilateralmente os europeus de visto de entrada em Cabo Verde. Na minha humilde opinião, trata-se de uma medida absurda, que não faz nenhum sentido. Nem os Europeus, eventualmente apanhados de surpresa, entenderão esta medida.
A mobilidade de pessoas entre Cabo Verde e a União Europeia deve-se enquadrar na Parceria para a Mobilidade, que vinha sendo construída, com base na Parceria Especial. O objetivo era conseguir que empresários, escritores, músicos, jornalistas, etc tivessem facilidades de vistos e gradualmente ir alargando as mesmas facilidades a outros segmentos da sociedade até se atingir, a prazo, a livre circulação, com ganhos mútuos para a Europa e Cabo Verde, pois trata-se de uma Parceria.
Cabo Verde deveria, também, ir trabalhando outras parcerias, designadamente com os Estados Unidos e a Mercosul.
Salvo melhor opinião, não faz pois nenhum sentido a isenção unilateral de vistos aos cidadãos da União Europeia. Nem os amigos europeus de Cabo Verde vão entender tal medida, nem os cabo-verdianos, que passam por enormes agruras para conseguir um visto para qualquer país europeu.
Por outro lado, não podemos desprezar uma importantíssima fonte de receita, pode ser superior a 20 milhões de euros ano, e vai aumentando à medida que cresce o número de turistas, e depois ir pedir ajuda orçamental aos europeus ou perdão da dívida.
Medidas desta natureza requerem uma cuidada ponderação e um amplo consenso entre os partidos políticos e entre a sociedade política e a sociedade civil."
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