texto publicado por Maika Lobo, na sua pagina de facebook.
O Racismo é Uma Fraqueza Cultural
O racismo é uma doença das mais antigas que a humanidade conheceu e que trouxe marcas e cicatrizes seculares, tanto a nível histórico como social .
É difícil fazer-se uma identificação certa aonde, como, quando e por que razão as civilizações admitiram no seu seio essa terrível e brutal doença.
Ele terá começado na Europa? No continente americano? Na Ásia? Ou no próprio continente africano? A resposta não é precisa.
A certeza que a história reza é que os africanos foram dominados e submetidos a um processo brutal de escravatura e, mais tarde, transportados como mercadorias pelos europeus sobretudo para o continente americano (EUA e BRASIL) e igualmente para outros continentes.
Uma vez colocados nos territórios desses continentes foram obrigados a trabalhos desumanos e forçados e desprovidos de um estatuto social. A partir desse momento, a raça negra conheceu as piores discriminações da história: no emprego, na educação, na saúde, na justiça, na economia, no acesso social, etc.
Talvez o pior não foi a desumanização do trabalho forçado. O pior foi a estigmatização e o estatuto social que deram aos negros africanos, cujas marcas históricas e sociais sobreviveram no tempo até ao presente.
Digo isto porque a escravatura foi oficialmente abolida, mas o racismo continua ainda vivo no mundo actual, nuns sítios mais e noutros menos.
Todavia, é verdade que hoje globalmente a humanidade não aceita o fenômeno racial, como aceitava no passado. Isto tem a ver com o processo histórico e cultural das nações.
Conquistas sociais significantes e determinantes conduziram o racismo a uma marginalidade, embora em certos países o fenômeno racial é ainda uma doença presente .
Em todos os domínios, a humanidade conheceu avanços significativos e extraordinários, a nível científico, cultural, social, tecnológicos e a nível de igualdade de direitos políticos e oportunidades sociais, os quais mudaram contundentemente as relações entre povos, as relações sociais e o cruzamento de raças diferentes conheceu alterações significativas. Em abono da verdade, felizmente, o mundo de hoje pouco ou nada tem a ver com o mundo de ontem. A cruz da raça negra ainda existe, só que diminuíram o seu peso.
Contudo, reconhece-se que, aqui e ali, existem fenômenos ou expressões de racismo ainda mal resolvidos.
É aqui que entra a questão cultural. Acredito que quanto mais culto um povo seja, menos cultiva a diferença racial. O problema racial está diretamente ligada à questão cultural e às insuficiências do conhecimento por parte do ser humano. O perfil da humanidade tem raízes no nível cultural que conseguiu conquistar e assimilar.
Mesmo entrando em força na era digital, a humanidade tem ainda uma dívida secular que não conseguiu pagar-a abolição completa do racismo.
E no dia de hoje esse fenômeno parece retomar um pouco alguns sinais do passado. Parece que a ignorância da supremacia branca encontrou algum terreno, mesmo a nível do poder institucional, nuns casos mais evidentes e noutros casos mais simulados. Fenômenos esses que devem preocupar a nossa civilização.
Embora eu saiba que o racismo nunca foi completamente abolido, acredito que os diversos casos que indicam o despertar do gigante adormecido tem a ver muito com o ressurgimento do populismo, da xenofobia e do regresso ao poder das forças politicas da extrema-direita, os quais vem apostando e atacando as fragilidades dos sistemas democráticos e minando os valores da sua fundação.
Com a chegada ao poder de Donald Trump, os fenômenos raciais, a xenofobia e politicas anti-imigração tomaram corpo e foram festejados como um dos fatores da sua vitória em 2016.
Os conselheiros de Trump entenderam de forma magistral a composição da população americana, os seus “apetites” étnicos e o seu peso eleitoral. A raça branca preenche 60 ou 61% da população e a raça negra 13 a 14% da população americana. Os hispânicos cerca de 18%.
Entretanto, a afeição eleitoral da população americana não é um fenômeno linear e apresenta contornos oscilatórios.
Após oito anos de mandato do primeiro Presidente negro, Barack Obama, o terreno apresentou-se fértil, para a “vingança” dos que defendem a supremacia da raça branca.
No meu ponto de vista, a melhor forma de fazer recuar os fenômenos raciais e a xenofobia, é apostar fortemente na educação e na cultura, no reforço das instituições democráticas e perceber-se que a cor da pele nunca foi um instrumento de diferenciação social e cultural.
Maika Lobo
O racismo é uma doença das mais antigas que a humanidade conheceu e que trouxe marcas e cicatrizes seculares, tanto a nível histórico como social .
É difícil fazer-se uma identificação certa aonde, como, quando e por que razão as civilizações admitiram no seu seio essa terrível e brutal doença.
Ele terá começado na Europa? No continente americano? Na Ásia? Ou no próprio continente africano? A resposta não é precisa.
A certeza que a história reza é que os africanos foram dominados e submetidos a um processo brutal de escravatura e, mais tarde, transportados como mercadorias pelos europeus sobretudo para o continente americano (EUA e BRASIL) e igualmente para outros continentes.
Uma vez colocados nos territórios desses continentes foram obrigados a trabalhos desumanos e forçados e desprovidos de um estatuto social. A partir desse momento, a raça negra conheceu as piores discriminações da história: no emprego, na educação, na saúde, na justiça, na economia, no acesso social, etc.
Talvez o pior não foi a desumanização do trabalho forçado. O pior foi a estigmatização e o estatuto social que deram aos negros africanos, cujas marcas históricas e sociais sobreviveram no tempo até ao presente.
Digo isto porque a escravatura foi oficialmente abolida, mas o racismo continua ainda vivo no mundo actual, nuns sítios mais e noutros menos.
Todavia, é verdade que hoje globalmente a humanidade não aceita o fenômeno racial, como aceitava no passado. Isto tem a ver com o processo histórico e cultural das nações.
Conquistas sociais significantes e determinantes conduziram o racismo a uma marginalidade, embora em certos países o fenômeno racial é ainda uma doença presente .
Em todos os domínios, a humanidade conheceu avanços significativos e extraordinários, a nível científico, cultural, social, tecnológicos e a nível de igualdade de direitos políticos e oportunidades sociais, os quais mudaram contundentemente as relações entre povos, as relações sociais e o cruzamento de raças diferentes conheceu alterações significativas. Em abono da verdade, felizmente, o mundo de hoje pouco ou nada tem a ver com o mundo de ontem. A cruz da raça negra ainda existe, só que diminuíram o seu peso.
Contudo, reconhece-se que, aqui e ali, existem fenômenos ou expressões de racismo ainda mal resolvidos.
É aqui que entra a questão cultural. Acredito que quanto mais culto um povo seja, menos cultiva a diferença racial. O problema racial está diretamente ligada à questão cultural e às insuficiências do conhecimento por parte do ser humano. O perfil da humanidade tem raízes no nível cultural que conseguiu conquistar e assimilar.
Mesmo entrando em força na era digital, a humanidade tem ainda uma dívida secular que não conseguiu pagar-a abolição completa do racismo.
E no dia de hoje esse fenômeno parece retomar um pouco alguns sinais do passado. Parece que a ignorância da supremacia branca encontrou algum terreno, mesmo a nível do poder institucional, nuns casos mais evidentes e noutros casos mais simulados. Fenômenos esses que devem preocupar a nossa civilização.
Embora eu saiba que o racismo nunca foi completamente abolido, acredito que os diversos casos que indicam o despertar do gigante adormecido tem a ver muito com o ressurgimento do populismo, da xenofobia e do regresso ao poder das forças politicas da extrema-direita, os quais vem apostando e atacando as fragilidades dos sistemas democráticos e minando os valores da sua fundação.
Com a chegada ao poder de Donald Trump, os fenômenos raciais, a xenofobia e politicas anti-imigração tomaram corpo e foram festejados como um dos fatores da sua vitória em 2016.
Os conselheiros de Trump entenderam de forma magistral a composição da população americana, os seus “apetites” étnicos e o seu peso eleitoral. A raça branca preenche 60 ou 61% da população e a raça negra 13 a 14% da população americana. Os hispânicos cerca de 18%.
Entretanto, a afeição eleitoral da população americana não é um fenômeno linear e apresenta contornos oscilatórios.
Após oito anos de mandato do primeiro Presidente negro, Barack Obama, o terreno apresentou-se fértil, para a “vingança” dos que defendem a supremacia da raça branca.
No meu ponto de vista, a melhor forma de fazer recuar os fenômenos raciais e a xenofobia, é apostar fortemente na educação e na cultura, no reforço das instituições democráticas e perceber-se que a cor da pele nunca foi um instrumento de diferenciação social e cultural.
Maika Lobo
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