Para nomeadamente não expor Cabo Verde aos riscos da coronavirus
GOVERNO AFASTA HIPÓTESE DE EVACUAR OS ESTUDANTES DA CHINA
São 350 estudantes de Cabo Verde, 13 dos quais vivendo na cidade de Wuham, na província de Hubei, epicentro do surto de vírus que ate esta quinta-feira já contaminou mais de 8 mil pessoas e provocou 170 mortos na China.
Os estudantes de Wuham, numa carta enviada a Embaixada de Cabo Verde em Pequim, pediram para serem evacuados para Cabo Verde mas, para já, o governo nega-lhes essa possibilidade porque, como disse esta quarta-feira o ministro dos negócios estrangeiros Luís Filipe Tavares, “tal medida contraria frontalmente as diretrizes das autoridades da República Popular da China e da Organização Mundial de Saúde, visando conter a disseminação do vírus”.
Ainda de acordo com Luís Filipe Tavares uma eventual evacuação dos referidos estudantes da China “encerra elementos de complexidade e riscos a que o Governo de Cabo Verde entende não dever expor aos seus cidadãos.
DESARTICULAÇÃO E CONTRADIÇÕES
A decisão do governo de Cabo Verde de, para j, não evacuar os estudantes na China contradiz as declarações do diretor do Serviço de Vigilância e Resposta às Epidemias de Cabo Verde, Domingos Teixeira, que um dia antes havia afirmado que Cabo Verde pretendia contar com apoio de Portugal para retirar os seus estudantes de Wuhan, afirmando que ao sair estes estudantes “ sairiam junto com os portugueses” . Só que os portugueses, juntamente com outros cidadãos europeus, sairão de Wuham esta quinta-feira em dois aviões fretados pela Comunidade Europeia enquanto os estudantes cabo-verdianos continuarão bloqueados na cidade fastasma.
NO PANIC
O ministro Luís Filipes Tavares afirmou na mesma conferência de imprensa que “não há motivo de pânico, nem para as famílias, nem para os estudantes", mas as informações chegadas de Wuham dão conta que a situação se torna cada dia mais insustentável.
Os estudantes cabo-verdianos, como todos os estudantes africanos, estão confinados ao campos universitários numa cidade sob quarentena onde cumeça a faltar agua e comida (muitos não querem tocar nos produtos dos supermercados com medo de contaminação). Não há nenhum cabo-verdiano contaminado mas o medo instala-se na comunidade estudantil que se acha presa numa ratoeira sem chance de escapatória.
Algumas faculdades terão mesmo avisado seus estudantes para não partilharem vídeos, fotos ou mensagens da epidemia sob pena de lhes cortar a conexão Wi-fi tornando-se, dessa forma , muito difícil saber o que se passa realmente com os estudantes. Nestes ultimos dias Onda Kriolu tentou contactar alguns deles através de Messenger mas para já não há resposta.
( Foto : estudante africano em Wuhan, 27 de Janeiro de 2020) fonte:ok
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