nunca gostaria de estar num país onde não sou bem-vinda
Enquanto todos brancos com quem viajaram juntos terão entrado sem problema
VISITANTES DIZEM QUE FORAM IMPEDIDAS DE ENTRAR EM CABO VERDE PORQUE SÃO NEGRAS E NIGERIANAS
Uma dessas visitantes é Teni Taya, uma nigeriana especialista em desenvolvimento. Teni disse no Twitter esta sexta-feira que estava de volta a Dakar depois de ser sido deportada pelas autoridades em Cabo Verde :
“Então estou de volta a Dakar. Sobretudo porque sou negra, mas também porque sou nigeriana “ – escreveu ela, acrescentando que tomou o voo Dakar/ Praia mas que foi mandada de volta para Dakar.
Em vídeos gravados no aeroporto da Praia e que apresentou como suporte no comentário ao Twitter aparece um grupo de passageiros, entre os quais uma outra nigeriana, que diz que ela também foi impedida de entrar em Cabo Verde pelo mesmo motivo, enquanto os passageiros brancos e um negro com passaporte norte-americano que estavam no mesmo voo não tiveram problema algum no aeroporto.
“Todos os passageiros brancos entraram. Só foi impedida a entrada de nigerianos e de um jordaniano com passaporte nigeriano”.
De acordo com Teni havia quatro passageiros com passaporte nigeriano e todos foram mandados de volta.
COVID-19
Teni diz que tinham todos os requisitos e a documentação em ordem, mas que as autoridades cabo-verdianas disseram que não podiam entrar por causa das restrições decorrentes do Covid-19, a que ela respondeu que não havia nenhuma pré-informação sobre isso.
“Então perguntamos porque permitiram a entrada dos brancos e do cidadão norte-americano. Responderam que são eles que decidem quem entra e quem vai. Então todos os que tinham passaporte ocidental entraram. Na África Ocidental”.
REAÇÕES
Muitos seguidores de Teni Taya reagiram ao seu Twitter, condenando essa alegada “atitude racista” das autoridades cabo-verdianas e lembrando que não é a primeira vez que tal acontece. Uma usuária do Twitter na África do Sul – Khrist – disse que passou pela mesma experiencia quando viajou para Cabo Verde.
“Sou sul-africana e tive o mesmo problema na Praia. Fui detida nesse aeroporto que tem o nome de um herói da luta sul-africana” – escreveu ela, aludindo-se a Nelson Mandela.
Que também não terão ficado surpreendidos com o sucedido foram as autoridades oficiais em Dakar que Tedi diz que lhe contaram que “ isso é ocorrência regular” em Cabo Verde com os voos do Air Senegal:
“Vendem bilhetes todos os dias e mandam pessoas de volta todos os dias. Os oficiais reclamam que Cabo Verde é particularmente problemático”- escreveu ela.
TRATADA COMO CRIMINOSA
Pela forma como diz que ela e seus compatriotas foram tratados no aeroporto da Praia – como criminosa como Tedi diz – e por todos os transtornos causados, alguns internautas pedem uma investigação aprofundada, mesmo a nível da CEDEAO, para apurar os factos e sacar responsabilidades.
Quanto a Teni ela diz que simplesmente tirou Cabo Verde da cabeça:
“Sempre disse que nunca gostaria de estar num país onde não sou bem-vinda. Por isso logo que disseram que iam nos mandar de volta, apaguei cabo Verde da minha mente. Nunca rogarei a ninguém para entrar no país deles. Agora vamos tentar todos fazer melhor”.
Nem os serviços de fronteira nem o governo de Cabo Verde ainda reagiram a essas alegações. - fonte:ok
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