Familiares falam sobre o caso
Aos 16 anos, Carolina (nome fictício) carrega um passado de dor e um presente de sofrimento.
Foi violada aos 14 anos por um primo, com quem vivia na cidade da Praia.
A violação resultou numa gravidez indesejada — hoje, Carolina é mãe de uma menina de um ano e meio.
O agressor foi condenado a 14 anos de prisão, mas a pena não apaga as marcas deixadas na vida da adolescente.
Carolina vive agora com a avó, de mais de 80 anos, no interior de Santiago.
A avó é quem cuida dela e da bisneta, mas diz que a neta nunca mais voltou a ser a mesma.
Violação sexual força adolescente a ser mãe antes do tempo - reportagem record cv
Em Cabo Verde, muitas meninas continuam a enfrentar situações que colocam em risco a sua infância, segurança e futuro.
A história de Carolina — nome fictício usado para proteger a identidade de uma jovem de 16 anos — é um espelho dessa realidade que exige atenção, empatia e ação imediata.
Carolina vive atualmente com a avó, uma idosa que cuida dela e da sua filha pequena. O seu percurso de vida mudou drasticamente quando, ainda muito jovem, foi vítima de uma situação grave de abuso dentro do próprio ambiente familiar. O responsável está a cumprir pena de prisão, mas as marcas emocionais e sociais continuam presentes.
Sem acesso à escola e com dificuldades de adaptação, Carolina enfrenta hoje desafios psicológicos e sociais. Segundo familiares, o isolamento, a ansiedade e o medo fazem parte da sua rotina diária.
O psicólogo Nilson Mendes destaca a importância do acompanhamento contínuo:
“As consequências emocionais em situações como esta podem durar muitos anos.
O apoio psicológico e o envolvimento da comunidade são fundamentais para que a vítima consiga retomar o equilíbrio e a confiança.”
O caso foi reportado por Elisabeta Dias, numa reportagem que trouxe à luz o impacto silencioso que muitas adolescentes vivem em diferentes partes do país.
Mais do que relatar um acontecimento, a reportagem levanta uma reflexão profunda sobre a proteção de menores, o papel das famílias, das escolas e das instituições públicas.
O Ministro da Família e Inclusão Social classificou este tipo de violência como uma das maiores vergonhas nacionais, pedindo “tolerância zero” e medidas mais eficazes para prevenir e combater situações semelhantes.
“Não se trata de números. Cada caso é uma vida interrompida.
A sociedade deve unir-se para proteger as crianças e garantir um futuro mais seguro.”
Esta história é um alerta social — um apelo à empatia e à ação.
Proteger as nossas meninas não é apenas um dever legal, é um dever humano.
É preciso ouvir, acolher, denunciar e apoiar.
Porque o futuro de Cabo Verde depende da segurança e do bem-estar das suas crianças.

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