Jovem Cabo-verdiana Campeã Do Mundo De Lomgboard Dancing É Insultada Nas Redes Sociais
Por afirmar que quer contribuir para dar mais visibilidade à mulher negra na Europa
JOVEM CABO-VERDIANA CAMPEÃ DO MUNDO DE LOMGBOARD DANCING É INSULTADA NAS REDES SOCIAIS
E Marina Correia, uma estudante de 23 anos nascida e criada ate aos 14 anos em Cabo Verde mas residente na cidade de Nice, em França, onde pela primeira vez se confrontou com a questão da raça mas onde também descobriu sua paixão pelo Longboard Dancing.
Para os que ainda não sabem Longbard Dancing é uma modalidade “free style” nascida na Califórnia que mistura dança e skate e que é a “ultima febre” da juventude em países como França, Alemanha, Rússia, China, Estados Unidos, etc. Todos os anos é realizada na Holanda uma prova para premiar a melhor do mundo mas este ano ano, devido à pandemia, o Mundial de Longboard Dancing realizou-se online e o vídeo de Marina Correia mereceu a maioria dos votos, consagrando esta jovem cabo-verdiana como Campeã Mundial da modalidade.
ADMIRAÇÃO E DESPREZO
Ao anunciar a sua façanha na rede social na semana passada Marina sublinhou o facto de ela ser a primeira negra – e a primeira africana- a ganhar esse titulo mundial, afirmando que o seu feito é também uma forma de contribuir para dar mais visibilidade à mulher negra numa modalidade quase sempre associada a brancas loiras de olhos azuis.
Mais : Para Marina esse titulo de campeã do mundo prova ainda que a mulher negra tem capacidade para ser bem-sucedida em qualquer atividade, embora esse sucesso seja por vezes ocultado nos grandes meios de comunicação (exceto no mundo da musica)
E como sempre acontece quando rls publica um post os seus mais de 6 mil seguidores no Twitter reagiram de imediato, muitos a felicitando pela sua proeza mas outros desdenhando e ate desprezando o titulo que ela ganhou depois de mais de quatro anos de treino árduo.
Mas o que mais a magoou – diz ela- foram os comentários dos próprios negros que puseram em causa sua identidade, afirmando que sua pele não é suficientemente escura para que ela possa se autoproclamar como negra. Como se ela estivesse a “roubar” a identidade negra, muitos a pediram para que simplesmente deixasse de dizer que ela é mulher negra.
NEGRA... MAS NEM TANTO
Marina é mestiça, como muitos cabo-verdianos resultantes de cruzamento de raças. Para ela ser negra não e tapo só uma questão de tonalidade da pele, mas fundamentalmente uma questão cultural, ela que mesmo vivendo em França vive no seu dia-a-dia a “cultura negra” tanto na comunidade comunidade como no seio familiar.
“Sou Negra” – diz ela – “e ninguém tem o direito de dizer quem sou ou não sou”. E aos que a “atacam” Marina responde que não recebe lições de negritude de ninguém.
Mas negra ou mestiça – qual a diferença? - Marina é simplesmente uma campeão que luta para ganhar o seu lugar ao sol num mundo cada vez mais dividido e intolerante...
... E enquanto diverte no skate e também ensina a modalidade Marina não descuida dos estudos porque, futuramente, quer trabalhar com as minorias étnicas em França ensinando a elas que sempre haverá um amanhã que canta. E que não há sonhos impossíveis. fonte:ok
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