foi sua primeira participação num campeonato do mundo.
NANCY FOI SOZINHA PARA ISTAMBUL REPRESENTAR CABO VERDE NO CAMPEONATO MUNDIAL DE BOXE FEMININO
Sem companheiros, sem suporte técnico e aparentemente sem apoio da Federação Cabo-verdiana de Boxe. Sozinha na capital da Turquia, a pugilista cabo-verdiana Ivanusa “Nancy” Moreira encontrou “refúgio” na comitiva brasileira com a qual treinou, alimentou e fez sessões de fisioterapia no intervalo dos combates.
Também foram dois técnicos da Confederação Brasileira de Boxe — Mateus Alves e Leonardo Macedo, na foto — que, devidamente uniformizados com a camisola de Cabo Verde, fizeram o canto da pugilista cabo-verdiana e se desdobraram para dar todo o suporte tanto durante como antes e depois dos combates.
Nancy com os treinadores do Brasil Mateus Alves e Leonardo Macedo |
Para Nancy , nascida em Cabo Verde mas residente em Portugal, foi sua primeira participação num campeonato do mundo. Depois de vencer os dois primeiros combates, a pugilista cabo-verdiana foi superada nos quartos de final pela canadiana Charlie Cavanagh, ficando assim a uma luta da sonhada medalha.
CORAJOSA E DESTEMIDA
‘ Vir a esta experiencia sozinha sem saber ao certo quem iria fazer o meu canto mostra o quanto sou corajosa e destemida. Estou muito orgulhosa de mim “ - assim escreveu Nancy no Instagram, orgulhosa também por ter ficado entre as oito melhores atletas do mundo na sua categoria.
OBRIGADA BRASIL
“Agradeço todo o apoio físico, mental e tático dos treinadores do Brasil que foram incríveis. As meninas da seleção obrigada pelo carinho” — assim se despediu a pugilista cabo-verdiana da equipa brasileira, uma equipa que nem sequer conhecia antes de chegar à Turquia. Foi em Istambul , no dia do credenciamento, que conheceu o técnico da seleção brasileira Mateus Alves que, sensibilizado com a sua situação, a convidou para partilhar a estrutura dos atletas do Brasil.
Nancy com suas colegas brasileiras no intervalo dos treinos |
“ Como a nossa atleta na categoria dos 66 quilos se lesionou 10 dias antes do Mundial.acabamos por adotar a Nancy, que é dessa categoria. Ela ficou junto da gente a partir daí, nos treinos, almoço, jantar, tudo. Fez ate fisioterapia como o nosso fisioterapeuta. Foi muito legal. Não fizemos mais de que nossa obrigação como treinadores e pessoas que vivem do e para o esporte e o movimento olímpico” - disse Mateus.
Nancy tinha na mala duas camisolas de Cabo Verde, que serviram certinho aos dois técnicos brasileiros. Para além do apoio técnico e psicológico, para Nancy tambem importante foi não se sentiu que não estava sozinha.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
Na hora de agradecer Nancy não se esqueceu também da sua mãe que a ajudou a pagar as despesas da viagem. A pugilista vive no Porto de dois negócios que tem com o marido - uma academia onde ela dá aulas de boxe e a cozinha de uma hamburgueria - mas é sobretudo o apoio do Programa de Solidariedade Olímpica - também sua força de vontade - que, aos 31 anos, sustentam-lhe o sonho de ir aos Jogos Olímpicos Paris 2024. Com igual coragem, mas certamente muito mais forte. fonte:ok
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