Para Luis cachupa e morna são duas faces duma mesma moeda e quando cozinha esta sempre a cantar.
O HOMEM DA CACHUPA
No curso de gastronomia aprendeu a fazer mil e uma variedades de pratos internacionais mas é fazendo cachupa que este cabo-verdiano ha longos anos residente no Luxemburgo se “realiza” e se ‘supera” como cozinheiro.
E sobre a cahupa Luis Carvalho tem uma teoria : Nao só cada ilha apresenta a sua versão como cada familia pode adicionar um pormenor que torna tudo diferente :
“ Faço cachupa duma determinada maneira mas sempre há alguem que vem dizer que se deve fazer assim ou assado. Eu faço como aprendi a fazer com a minha mãe, e quando aprendes uma receita com a tua mãe ninguem te pode dizer que estás errado “
Certo ou errado, a verdade é que Luis ha 12 anos que vem apresentando a sua versão cachupeira - e também de outros pratos tradicionais cabo-verdianos - aos apreciadores da gastronomia crioula no Grão Ducado. Primeiro abriu o restaurante Metissage, em Bonnevoie, e, mais recentemente, em plena pandemia, inaugurou Morabeza, no Wallis, porque queria acrescentar musica e danca ao prato tradicional cabo-verdiano.
Para Luis cachupa e morna são duas faces duma mesma moeda e quando cozinha esta sempre a cantar. E a rir. Porque para ele não há lugar onde seja mais feliz do que à volta da panela . Numa manhã de sábado, ei-lo a acordar cedo para juntar o milho à carne. “Isto é Cabo Verde“ - diz ele, enquanto prepara o milho, o feijão, a carne, o chourico, sem esquecer - e claro - do pé e do rabo de porco, ingredientes Imprescindíveis da sua cachupada.
O TRAJETO
Luís é o mais velho de oito irmãos. Tinha oito anos quando, ainda comendo caldo de cachupa, saiu da ilha de Santiago e aos 20 chegou ao Luxemburgo.
Tentou varias profissões - trabalhou em obras, oficinas, etc. - mas foi a volta do fogão da mãe que descobriu a verdadeira vocação : Em 1986, arranjou contrato de cozinheiro nas instituições europeias. O chef achou que ele tinha talento e motivou-o a cursar gastronomia, curso que cumpriu no Liceu Técnico de Bonnevoie fora do seu horário de trabalho.
"E aprendi a comida internacional toda, mas fiquei sempre com um bichinho de valorizar as tradições do meu país, da minha cultura". E é o que ele tem feito todos os dias, homenageando também a cachupa materna.A todos bom apetite
fonte:ok
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